A ex-delegada-geral da Polícia Civil Raimunda Bezerra de Souza, afastada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na mesma investigação que tirou o governador Mauro Carlesse (PSL) do Palácio Araguaia, no dia 20 de outubro, decidiu de aposentar do serviço público.Delegada de carreira, Raimunda protocolou na Secretaria da Segurança Pública (SSP) na quinta-feira, 26, o requerimento de nº 2021/31009/113657. No documento, a delegada pede seu histórico funcional para iniciar o processo de aposentadoria.Por ter tempo de deixar o serviço, mas se mantinha na ativa, a ex-delegada geral recebe um abono permanência de R$ 3,3 mil. Como tinha um cargo na cúpula, fazia juz também ao bônus de 40% sobre o salário, criado por Carlesse para os servidores da elite do Estado.Na SSP, todos os alvos da Operação Éris, que investiga o aparelhamento da Polícia Civil para direcionar investigações contra adversários e barra apuração de atos de aliados acabaram exonerados pelo governador interino Wanderlei Barbosa.Raimunda saiu do cargo de delegada-geral junto com o ex-secretário da Segurança Pública Cristiano Barbosa Sampaio, o ex-secretário-executivo da Servilho Silva de Paiva, o ex-corregedor-geral Ronan Almeida Souza, a ex-diretora da Escola Superior de Polícia Cínthia Paula de Lima, além do gerente do Núcleo de Inteligência do Detran, José Mendes da Silva Júnior.Outros alvos da operação na SSP sofreram dispensa da função comissionada, como o Ênio Walcacer de Oliveira Filho, de delegado-Chefe da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcótico (Denarc), de Gilberto Augusto Oliveira Silva da função comissionada de Delegado-Chefe da Divisão Especializada de Repressão à Corrupção (Decor) e Victor Vandré Sabará Ramos, da função comissionada de Administração na Secretaria da Administração.Todos eles estão proibidos de manter conversa entre si, de contactar testemunhas e servidores públicos e de entrar nos prédios públicos estaduais. A decisão das medidas restritivas é do ministro do STJ Mauro Campbell Marques.