Atualizada às 10h32O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou buscas, na manhã desta terça-feira (30), que miram magistrados, advogados, empresários e servidores públicos do Estado de Goiás. Segundo o tribunal, eles são investigados por práticas de "diversos crimes" em ações judiciais de uma usina de álcool em recuperação judicial onde decisões judiciais podem ter sido objeto de negociação criminosa. Segundo a Procuradoria-Geral da República, entre os alvos estão sete pessoas físicas e uma pessoa jurídica ligadas a dois desembargadores e um juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). A operação foi deflagrada por meio do Departamento de Polícia Federal e a requerimento do Ministério Público Federal. Nesta etapa, estão sendo cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em endereços, públicos e privados, de parte dos investigados, a fim de coletar mais provas a robustecer a conclusão das investigações que, até aqui, e por necessidade, seguem sob sigilo judicial, decretado pelo ministro Mauro Campbell Marques, relator do inquérito.Além das buscas nos endereços relacionados na decisão, o relator do caso também autorizou a apreensão de aparelhos celulares e as oitivas dos envolvidos. A PGR informou que as medidas são desdobramentos da Operação Máfia das Falências, iniciada em primeira instância. "A descoberta de indícios de participação de magistrados com prerrogativa de foro no STJ fez com que as investigações passassem a ser conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR)", diz nota do Ministério Público Federal (MPF).Na petição enviada ao STJ, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araujo descreve a dinâmica de dois fatos criminosos, sendo um deles relacionado à tentativa de nomeação de administrador específico para atuar no processo de recuperação judicial de uma usina de álcool para a obtenção de lucros.O segundo envolve o pagamento de R$ 800 mil a um desembargador para que fosse autorizado o retorno de um dos investigados ao cargo de administrador judicial da usina. De acordo com a subprocuradora, o desembargador foi pago, também, para acolher "exceção de suspeição oposta em face da magistrada que estava à frente do processo de recuperação da empresa".O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) afirmou que está colaborando com a operação, mas como corre em sigilo, não dará mais informações.