Aline Sêne
O candidato ao governo do Estado e também governador interino Mauro Carlesse (PHS) diz que a suspensão da operação de crédito de R$ 453 milhões com a Caixa Econômica Federal foi um grande prejuízo ao Estado. Ele credita tal ação aos adversários na disputa eleitoral. Sobre ele ter presidido a sessão que aprovou a alteração na lei que trata do empréstimo, colocando o Fundo de Participação dos Estados (FPE) como garantia enquanto presidente da AL e no mesmo dia a sancionou, já como governador interino, ele responde ter sido coincidência. Ele argumenta que o projeto pedindo a autorização do empréstimo começou a tramitar na AL oito meses antes da cassação e previa diversas ações, como a construção de um anexo da Assembleia ao custo de R$ 50 milhões. “Vi que muitos municípios não eram contemplados pelo empréstimo, então articulei para usar esse dinheiro para dividir com todos os municípios. Conversando com o governo - na época Marcelo Miranda - ele entendeu que deveria ter mais dinheiro para os municípios, aplicar em infraestrutura nos municípios: calçamento, estradas e definiu mais recursos”, justifica Sobre a garantia do FPE, ele conta que foi uma exigência da Caixa, algo que tem sido adotado no restante do Brasil e sem riscos, pois o governo não iria atrasar os pagamentos do empréstimo, conforme tem praticado atualmente, pagando em dia o serviço da dívida. Carlesse destaca que dar o FPE como garantia é a nova modalidade de empréstimo no País, principalmente para um governo com uma nota baixa, com risco alto quanto ao endividamento, sem chance de receber garantia da União. Ele também classifica como um problema a suspensão do concurso público da Polícia Militar. Ele pondera que o Estado deve ser maior que uma eleição e há uma necessidade muito grande de policiais. “Para garantir mais policiais nas ruas, tenho reduzido o número militares atuando nos serviços administrativos através de incentivos para assumirem o trabalho de campo. “Veja, a polícia não precisa sair por aí atirando, só sua presença intimida”, opina.
Sobre o número de policiais à disposição de outros poderes, que chegaria a 800, Carlesse confirma que só no Palácio Araguaia tinha 200 e que o número foi reduzido para 80. “Estou conversando com os outros poderes para que façam a mesma coisa. O Tocantins precisa de mil policiais nas ruas com urgência”. Como governador interino, Carlesse adota um discurso que encontrou o governo em uma situação caótica, com diversas críticas à gestão do governador cassado Marcelo Miranda. Na entrevista, o candidato foi perguntado se considera que a Assembleia Legislativa falhou no seu papel de fiscalizar o Executivo. “Não acho que a Assembleia falhou, ela realmente fiscalizou, fez e tem feito o papel dela, mas muitas vezes o gestor não segue a orientação”.
Sobre parte dos seus secretários ter ocupado cargos nos governos anteriores, Carlesse justifica que são bons profissionais e não estão envolvidos em escândalos.
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