Em meio à “troca de farpas” com o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (29) – sem citá-lo – que mudou a marca de sua caneta, que ele dizia ser uma Bic desde a época da campanha eleitoral. Ele mostrou que agora está com a Compactor. A Bic é de origem francesa, com sede na cidade de Clichy. Já a Compactor é uma marca brasileira de Nova Iguaçu, no Rio.

“A caneta agora é Compactor. Não é Bic, não”, disse rindo o presidente, quando se preparava para assinar um documento em evento no Palácio do Planalto.

Bolsonaro tinha uma Compactor guardada consigo, que foi exibida ao público, mas assinou o papel com a Bic mesmo.

Apesar de brasileira, a própria Compactor afirma em seu site que “é o braço da [fabricante] Schneider no Brasil”. Ainda segundo o site, “a Schneider é uma marca global, líder na fabricação de instrumentos de escrita na Alemanha”.

Assim como fez com a França, Bolsonaro também já criticou a Alemanha e a chanceler do país, Angela Merkel, que suspendeu repasses ao Fundo Amazônia em 10 de agosto. Para o presidente brasileiro, os alemães não são “exemplo para o Brasil” em preservação do meio ambiente.

Bolsonaro voltou a criticar a Alemanha quando a Noruega, em 14 de agosto, também suspendeu o dinheiro que repassava para o Fundo, em resposta à política ambiental do atual governo. O presidente questionou se a Noruega “não é o país que mata baleias” e falou para “dar a grana para a Angela Merkel reflorestar a Alemanha”.

Em 15 de agosto, um dia depois, a embaixada alemã postou um vídeo nas redes sociais em que afirmava: “Você sabia que a Alemanha é um dos países mais florestados da Europa? As florestas alemãs são destinos turísticos imperdíveis.”

Esta não é, porém, a 1ª vez que Bolsonaro usa uma caneta Compactor. No dia da posse, a própria fabricante fez uma postagem dizendo que a caneta usada pelo presidente era da marca. Bolsonaro também já fez ao menos duas menções à Compactor: ao assinar ato que dá a órgãos de controle “acesso livre” a toda a documentação que envolve a destinação de recursos da União e ao assinar a MP que desobriga a publicação de balanços em jornais impressos.

AGRADECIMENTO A TRUMP

Em discurso, Bolsonaro disse que queria agradecer “publicamente” o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “pela sua defesa do Brasil por ocasião do [encontro do] G7″. Este é o grupo de 7 das maiores economias do mundo, que conta com Alemanha e França.

Sem citar nomes, Bolsonaro disse que “nós vamos cada vez mais nos aproximar de países que servem de exemplo para nós.” Continuou: “São esses exemplos que devemos procurar”.