O prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou que não disputará, em nenhuma hipótese, prévias contra o governador Geraldo Alckmin para definir quem será o candidato do PSDB à Presidência. “Não existe nenhuma possibilidade. Nenhuma. Eu não disputo contra Geraldo Alckmin. Alckmin é meu amigo há 37 anos. Prévia com Geraldo Alckmin não vou disputar, não existe hipótese”, afirmou.

A declaração foi feita em um programa em que o tucano responde semanalmente a perguntas de convidados e internautas por meio de sua página no Facebook. Dória afirmou que “amanhã a gente pode avaliar circunstâncias”, abrindo a brecha para uma eventual candidatura, mas nunca se precisar disputar com Alckmin. “Você não joga no lixo uma relação de 37 anos por nada.”

Segundo apurado pelo O Estado de S.Paulo, depois de influir na escolha do novo comando do PSDB, Alckmin se lançará na defesa incondicional das prévias partidárias. Com isto, o governador paulista acha que liquida qualquer pretensão que o senador Aécio Neves ainda possa alimentar de ser candidato.

Além disso, a ação seria outra forma de conter o ímpeto dos defensores do nome de Doria, que não poderá nem ser contra as prévias – afinal, foi por meio delas que se sagrou candidato a prefeito – nem disputar com seu padrinho.

Executiva

No programa, o prefeito defendeu a saída do senador em definitivo do comando do PSDB e a abertura de espaço na executiva da legenda. “Tá na hora de mudar a direção do PSDB. Não desrespeito o senador Aécio Neves, reconheço sua biografia, mas não tem o menor sentido ele permanecer na presidência do PSDB mesmo afastado”, disse.

Dória criticou duramente o suplente de senador José Aníbal e o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman e se colocou à favor da renovação. “O que faz lá o Zé Anibal? Não tem voto, nem mandato, e está na Executiva. O que faz lá o Alberto Goldman? Não tem voto, não tem mandato”, afirmou.

Ele disse que depois da “onda” de vitórias de prefeitos “jovens e modernos” do PSDB em 2016 não faz sentido não haver representante deles na Executiva. Apesar do tom, Dória descartou deixar o partido e se filiar a outra sigla para se candidatar ano que vem. “Sou um homem de um só partido. Não vou fazer casuísmo”.