A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (11), que não pretende renunciar ao cargo, apesar do quadro de crises política e econômica.

Estão marcados, para este domingo (13), atos contra a presidente, que enfrenta um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados, um processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode cassar sua chapa. Na economia, o país amarga redução na atividade e aumento no desemprego.

Dilma ainda, em estratégia definida na noite da quinta-feira (10), saiu em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o pedido de prisão preventiva contra o petista "não tem base legal e jurídica".

Em encontro com reitores federais no Palácio do Planalto, a presidente demonstrou preocupação com a situação do petista, reconheceu que o momento político é delicado a ele e avaliou que a solicitação apresentada pelo Ministério Público de São Paulo "não se sustenta" e "não se justifica".

Em tom de desabafo, segundo relatos de presentes, ela disse que o seu antecessor merece respeito e defendeu a obediência ao processo legal. A defesa ao petista também foi feita pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, segundo o qual o pedido foi "injusto" e "faltou com respeito" à trajetória do ex-presidente.

Em reunião com seu núcleo político, na noite da quinta-feira (10), a presidente definiu a necessidade do governo federal sair em defesa do antecessor, que tem sido pressionado a assumir um cargo de peso na Esplanada dos Ministérios.

A avaliação foi da necessidade de tentar atrair o petista, que tem demonstrado resistências a entrar no governo federal, mas concordou em pensar a respeito e dar uma resposta oficial na semana que vem.

O diagnóstico é de que é necessário defender publicamente o petista, umas vez que ele tem sofrido um cerco político que pode ser estendido também para o Palácio do Planalto.

O governo federal recebeu com preocupação o pedido de prisão preventiva e considerou que foi expedido como reação à possibilidade do petista assumir um cargo na Esplanada dos Ministérios, o que daria a ele foro privilegiado e evitaria que ele fosse alvo de uma prisão autorizada por juízes de primeira instância.

A avaliação é que o pedido de prisão contra Lula é "exagerado" e se baseia em elementos e provas "inconsistentes" e "frágeis". A aposta é que dificilmente ele será concedido pela Justiça em São Paulo.