O diretório nacional do PSB decidiu nesta terça-feira (26) fechar questão e obrigar os deputados do partido a votarem na Câmara pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por organização criminosa e obstrução da Justiça.

A direção também decidiu obrigar a liderança do partido na Casa a trocar os parlamentares que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que votaram pelo não prosseguimento da primeira denúncia contra o presidente. A medida teve o aval do vice-governador de São Paulo, Márcio França.

Na CCJ, o partido tem 4 dos 66 titulares. Na votação da primeira denúncia a sigla rachou: Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT) votaram com o governo, sendo que Júlio Delgado (MG) e Tadeu Alencar (PE) seguiram a recomendação da direção do legenda.

Os governistas devem ser substituídos por Danilo Cabral (PE) e Gonzaga Patriota (PE), hoje suplentes da comissão e que votaram pela aceitação da primeira denúncia no plenário.

Com o anúncio do PSB, que faz oposição ao governo Temer, a base governista passou a refazer sua contabilidade de votos na comissão, que até então estimavam mais de 41 votos na CCJ para barrar a segunda denúncia, incluindo Forte e Garcia.

Para garantir que não haverá surpresas na comissão, os partidos da base começaram a fazer trocas de titulares.

Leitura

A nova denúncia contra o presidente da República e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) foi lida durante mais de cinco horas hoje em plenário após duas tentativas de dar início à tramitação na Casa.

Os prazos regimentais para análise da denúncia começarão a contar a partir desta quarta-feira (27) O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), anuncia amanhã se manterá a denúncia tramitando em conjunto ou se vai desmembrá-la. A expectativa é que o peemedebista também indique o relator do processo.

A lista de cotados para assumir a relatoria da segunda denúncia inclui os deputados Evandro Gussi (PV-SP), Rubens Bueno (PPS-PR) e Bonifácio Andrada (PSDB-MG). O nome do Osmar Serraglio (PMDB-PR), que não votou na primeira denúncia, também foi sugerido.

O presidente Michel Temer recebeu hoje no Planalto o advogado Eduardo Carnelós, que o defenderá na denúncia que tramita na Câmara. A conversa teve como objetivo discutir a estratégia da defesa que vai rebater, ponto a ponto, as acusações.