A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), políticos e partidos reagiram a declaração do vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, que publicou uma mensagem no Twitter dizendo que "a transformação que o Brasil quer" não acontecerá na velocidade almejada por "vias democráticas".

Para o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, “não há como aceitar uma família de ditadores”. Para Santa Cruz, que viveu recente embate com o presidente Jair Bolsonaro sobre a morte de seu pai, morto sob custódia do Estado, “é hora de os democratas darem um basta. Chega”.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), rebateu a publicação afirmando que a democracia está fortalecida no Brasil e manifestou "desprezo" por comentários no sentido contrário. "No Senado, o Parlamento brasileiro, a democracia está fortalecida, as instituições estão todas pujantes, trabalhando a favor do Brasil. Então, uma manifestação ou outra em relação a esse enfraquecimento tem da minha parte o meu desprezo", disse Alcolumbre quando perguntado sobre o comentário de Carlos. O presidente do Senado ressaltou que confia na democracia e nas instituições. Ele destacou que está cumprindo um papel para dar "estabilidade" ao País.

O PSDB também reagiu. Em nota, afirmou que "figuras autoritárias insistem em transformações que não sejam pelas vias democráticas". Os tucanos lembraram que, "por vias democráticas o brasileiro elegeu presidentes, apoiou impeachment dos que cometeram irregularidades [...], elegeu Bolsonaro e tirou o PT."

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), afirmou que o filho do presidente havia feito "apologia ao golpe" e que, por meio da sua postagem, "o fascismo mostra sua cara e arreganha os dentes".

A também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), disse que a declaração de Carlos Bolsonaro era um "inequívoco ataque à democracia" e pediu "unidade" entres forças opositoras ao governo.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, fez um apelo por uma "aliança democrática" que faça frente ao governo, "para o país não implodir". 

Apoio
O vereador carioca também recebeu o apoio de alguns membros do seu partido. O policial militar e deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), escreveu que o filho do presidente "não incitou a nada". "Tão somente clarifica que o sistema 'democrático' do Brasil possui entraves infindáveis ao progresso do correto", afirmou.

Presidência da República
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que "o que é tuitado nas redes sociais pessoais é de responsabilidade de quem o fez". "Nosso foco é a recuperação do presidente", acrescentou, durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 10.

O porta-voz afirmou não saber se o presidente Jair Bolsonaro tomou conhecimento do tuíte ou se comentou sobre o assunto. "Acredito que o vereador tenha conversado sim com o presidente da República", disse Rêgo Barros.