Um dos grandes desafios do Igeprev é regularizar as aplicações desenquadradas, ou seja, com participação acima de 25% no patrimônio líquido do fundo. No início de 2015, nove fundos estavam com investimentos acima do limite máximo permitido, agora em 2016, esse número caiu para quatro. Porém, o presidente do Igeprev, Jacques Silva, tem pouca esperança de que será possível regularizar os investimentos ou recuperar o dinheiro aplicado.As quatro aplicações somam R$ 276,5 milhões, sendo que a situação mais grave é a aplicação no fundo Incentivo FI Referenciado CDI, administrado pela Gradual, no qual o Igeprev é o único investidor, com um patrimônio de R$ 35 milhões. “Esse ano estudamos buscar na Justiça uma solução para a situação”, disse Jacques Silva.Os desenquadramentos são considerados pelo Ministério da Previdência Social (MPS), que avalia a gestão dos RPPS, como irregularidade.PrejuízoAlém do fundo Incentivo, o relatório do Igeprev ao MPS, mostra os desenquadramentos no Vitória Régia, Eco Hedge e Golden Tulip (confira o detalhamento no quadro ao lado). Porém, a situação do Vitória Régia é preocupante, pois o Igeprev, com participação de 59,24%, teve o seu patrimônio reduzido de R$20,6 milhões, para R$ 17,2 milhões, uma queda de 16,5% (R$ 3,4 milhões).O fundo Vitória Régia é administrado pela BNY Mellon, que é investigada por aplicações irregulares envolvendo o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios. Essa instituição financeira ainda gere os fundos Leme Brasprev, Adinvest e Totem, que somam um investimento de R$ 19,3 milhões.HojeAlém dos fundos Incentivo e Vitória Régia, o Igeprev segue desenquadrado nas aplicações no Eco Hedge, gerido pela CRV DTVM, com investimento de R$ 158,4 milhões, que leva a uma participação de 77,15%; e o Golden Tulip, administrado pela Drachma, com participação de 27,15% e investimento de R$ 65,7 milhões.AplicaçõesMesmo sem cumprir a meta atuarial, que em 2015 foi de 17%, a nova política de investimento do Igeprev proíbe investimentos acima do limite e apenas em bancos oficiais, sendo hoje os investimentos concentrados no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O órgão fechou o ano com um crescimento de 8,14%.