O plenário da Câmara dos Deputados decide na noite desta terça-feira (8) a composição da comissão que irá discutir o impeachment de Dilma Rousseff. Governistas protocolaram uma chapa com 47 nomes. A oposição e dissidentes da base reuniram 39 deputados.

A votação será secreta. Após o resultado, será realizada eleição suplementar, não necessariamente nesta terça, para completar as vagas restantes -se a governista vencer, por exemplo, restarão ainda 18 vagas para que seja atingido o número de integrantes da comissão, que é de 65 parlamentares.

A votação desta terça, que pode ser adiada, será uma prévia da votação da abertura do processo de impeachment de Dilma: o resultado irá mostrar como está, hoje, a relação de forças no plenário entre os partidários e os contrários à deposição da presidente.

A chapa governista foi indicada pelos líderes dos principais partidos aliados e reúne 19 partidos. Dois deputados foram indicados pelo PSC para essa chapa -Marco Feliciano (PSC-SP) e Eduardo Bolsonaro (RJ)-, mas eles assinaram a lista dos oposicionistas. Logo, ficarão nesta última.

Sob o mote "Unindo o Brasil", a chapa da oposição e dos dissidentes reúne 13 partidos -incluindo os dissidentes do PMDB de Michel Temer, que está rachado entre apoiar a petista e engrossar o "fora Dilma".

Eleita a comissão, será realizada a sessão de instalação para eleição do presidente e do relator, ainda sem data marcada. Essa comissão apresentará um parecer pelo arquivamento do pedido ou pela abertura do processo de impeachment de Dilma.

Caso pelo menos 342 dos 512 deputados federais (o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não vota) decida pela abertura do processo, o Senado o instala e Dilma é afastada. A conclusão desta análise pela Câmara deverá ser encerrada em janeiro, caso o Congresso suspenda o recesso, ou em fevereiro ou março, caso os congressistas entrem de férias a partir do dia 23.

Veja abaixo os integrantes das duas chapas

GOVERNISTAS
PT

Arlindo Chinaglia (SP)
Henrique Fontana (RS)
José Guimarães (CE)
José Mentor (SP)
Paulo Teixeira (SP)
Sibá Machado (SP)
Vicente Cândido (SP)
Wadih Damous (RJ)

PMDB
Celso Maldaner (SC)
Daniel Vilela (GO)
Hildo Rocha (MA)
João Arruda (PR)
José Priante (PA)
Leonardo Picciani (RJ)
Rodrigo Pacheco (MG)
Washington Reis (RJ)

PTB
Cristiane Brasil (RJ)
Pedro Fernandes (MA)
Zeca Cavalcanti (PE)

PP
Eduardo da Fonte (PE)
Fernando Monteiro (PE)
Iracema Portella (PI)
Roberto Britto (BA)

PMN
Antônio Jácome (RN)

PTN
João Bacelar (BA)

PRB
Jhonatan de Jesus (RR)
Vinicius Carvalho (SP)

PEN
Junior Marreca (MA)

PR
Aelton Freitas (MG)
Lúcio Vale (PA)
Marcio Alvino (SP)
Maurício Quintella (AL)

PSD
Diego Andrade (MG)
Irajá Abreu (TO)
Júlio César (PI)
Paulo Magalhães (BA)

PROS
Givaldo Carimbão (AL)
Hugo Leal (RJ)

PV
Sarney Filho (MA)

PDT
Afonso Motta (RS)
Dagoberto (MS)

PSOL
Ivan Valente (SP)

PCdoB
Jandira Feghalli (RJ)

PTC
Uldurico Júnior (BA)

PTdoB
Sílvio Costa (PE)

PMB
Valtenir Pereira (MT)

REDE
Alessandro Molon (RJ)

OPOSIÇÃO
PSDB

Carlos Sampaio (SP)
Bruno Covas (SP)
Nilson Leitão (MT)
Valdir Rossoni (PR)
Shéridan Oliveira (RR)
Paulo Abi-Ackel (MG)

DEM
Mendonça Filho (PE)
Rodrigo Maia (RJ)

PPS
Alex Manente (SP)

PSB
Fernando Coelho (PE)
Bebeto Galvão (BA)
Danilo Forte (CE)
Tadeu Alencar (PE)

PSD
Sóstenes Cavalcante (RJ)
Evandro Roman (PR)
João Rodrigues (SC)
Delegado Éder Mauro (PA)

PMB
Major Olimpio (SP)

PMDB
Osmar Terra (RS)
Lúcio Vieira Lima (BA)
Lelo Coimbra (ES)
Carlos Marun (MS)
Manoel Júnior (PB)
Osmar Serraglio (PR)
Mauro Mariani (SC)
Flaviano Melo (AC)

PEN
André Fufuca (MA)

PHC
Kaio Maniçoba (PE)

PP
Jair Bolsonaro (RJ)
Jerônimo Goergen (RS)
Odelmo Leão (MG)
Luís Carlos Heinze (RS)

SOLIDARIEDADE
Paulinho da Força (SP)
Fernando Francischini (PR)

PTB
Benito Gama (BA)
Ronaldo Nogueira (RS)
Sérgio Moraes (RS)

PSC
Eduardo Bolsonaro (SP)
Marco Feliciano (SP)