A defesa do governador afastado Mauro Carlesse (PSL) entrou com um pedido na Assembleia Legislativa para suspender o processo de impeachment até que sejam esclarecidas as dúvidas que o político aponta sobre o rito aplicado ao impeachment e os prazos para que ele apresente informações sobre o caso.Assinado pelos advogados Juvenal Klayber Coelho, Adriano Guinzelli e Gizella Magalhães Bezerra, o pedido alega que há dúvidas sobre o rito adotado pela Casa para processar o governador por crime de responsabilidade. De acordo com peça, de dez laudas, a citação do governador afastado se deu por terceira pessoa, com aplicação subsidiária do Código de Processo Penal e do Processo civil, mas o parecer da procuradoria Jurídica da Assembleia, sobre o caso, se baseou ao rito da Lei do Impeachment (1079/50).A defesa também afirma que atos da presidência da Casa decretaram recesso na Assembleia Legislativa, entre 27 de dezembro a 3 de janeiro, mas não faz qualquer menção sobre suspensão de prazos nas comissões, inclusive na Comissão Especial de Impeachment. A esse recesso da Casa segue o recesso parlamentar, que vai de 1º a 31 de janeiro, quando não ocorrem sessões no Plenário nem reuniões nas comissões ou qualquer evento legislativo."De fato, há dúvida razoável quanto a contagem de prazo para 'informações' que merece elucidação da Comissão Processante do Impeachment, por seu relator", ponderam os advogados.No pedido endereçado ao presidente da comissão, Elenil da Penha (MDB), no dia 3 de janeiro, os advogados afirmam que se sentem cerceados para praticar a defesa. A defesa alega que a citação contém apenas o parecer da Procuradoria Jurídica da Casa de Leis que subsidiou o recebimento da denúncia pelo presidente Antônio Andrade (PSL) e despachos para citação e referentes à instalação da comissão.Eles afirmam que tentaram apresentar um pedido no dia seguinte à citação de Carlesse e também no dia 29, para esclarecimento sobre o rito e o prazo e também para ter acesso integral ao processo, mas não havia nenhum servidor de plantão na Casa. Para a defesa, sem acesso ao processo em razão do recesso parlamentar e suspensão dos serviços administrativos, querem a devolução do prazo "por cerceamento de defesa consubstanciado no impedimento de acesso integral aos autos".Para os advogados de Carlesse, há risco de dano irreparável uma vez que sem esses esclarecimentos, o prazo esteja correndo mesmo com a casa fechada para recesso o que torna "imperativo" que o processo de impeachment seja suspenso até o relator, Junior Geo (Pros) receba a petição que pede acesso ao processo completo do impeachment.O presidente da comissão, Elenil da Penha, disse que o relator do processo na comissão deve analisar os pedidos nos próximos dias.Nota à imprensaO Governador afastado pelo STJ, Mauro Carlesse, apresentou petição por seu procurador legal, requerendo esclarecimento quando ao rito do processo de impeachement; questionou a contagem do prazo para apresentação de informações e requereu devolução de prazo para o ato. Ao final, requereu os esclarecimentos destacados e a suspensão do processo de impeachement, deixando de apresentar qualquer resposta ou manifestação em face da acusação. Em relação à petição apresentada pelo governador afastado, a Comissão Especial, através do seu relator, apresentará a resposta nos próximos dias. Elenil da PenhaPresidente da Comissão Especial do Impeachment