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O governador interino Mauro Carlesse (PHS), candidato nesta Eleição Suplementar, acredita que a pessoa eleita não terá tempo para desenvolver grandes ações e que é preciso focar em garantir a estabilidade financeira e jurídica do Estado e a manutenção dos serviços públicos. Ele destaca o pagamento em dia dos funcionários, dos débitos em atraso com os fornecedores e municípios, repasses aos outros poderes e ações emergenciais nas áreas da saúde e segurança pública. “Não existe nenhum projeto viável para seis meses, a meta deve ser garantir a estabilidade”, frisa Carlesse.

O candidato justifica que entrou para a disputa em razão dessa estabilidade, pois um outro gestor para o mandato tampão seria arriscado. “Outra pessoa assume o governo, haverá mudanças dos secretariados, mas com foco nas eleições de outubro e não na gestão do Estado. Essa eleição, que foi colocada no meio do caminho, pode prejudicar muito o Tocantins”, argumenta.

O governo gastou no ano passado quase 55% da Receita Corrente Líquida (RCL) em folha de pagamento e acumula uma dívida com o funcionalismo público em mais de R$ 1 bilhão. Perguntado sobre o tema, Carlesse afirma ser necessário realizar um estudo muito aprofundado, logo seria necessário um período superior ao mandato tampão.

“Tudo que o Estado suporta pagar é o que já foi concedido”, frisa Carlesse referindo-se ao acordo de implantação das datas-base de 2017 e 2018. O candidato não se compromete e defende que os direitos dos servidores devem ser pagos, mas não é possível debater os pagamentos agora. “Devemos discutir o assunto mais para frente. Porque o governo precisa garantir os direitos, mas também atender os serviços públicos e demandas da sociedade”, pondera Carlesse.

Também envolvendo os servidores, mas agora a saúde do regime previdenciário, Carlesse comenta sobre a dívida do governo do Estado com o Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). O Executivo não tem feitos os repasses de forma regular das contribuições previdenciárias, tanto patronal quanto do servidor, ao Igeprev desde 2014. “É um grande problema, outra situação que exige a realização de alguns estudos para encontrarmos o caminho. Hoje estamos fazendo os repasses das contribuições de forma regular, mas os repasses em atrasos precisarão ser negociados”, explica. Carlesse lembra que também é preciso avaliar os investimentos feitos pelo Igeprev, que estariam com aplicações com juros muito baixos e verificar as aplicações feitas em fundos ruins anos atrás, se será possível recuperar alguma coisa.

Outro gargalo para quem assumir o comando do Palácio Araguaia é o consignado. O governo do Estado não vem repassando o dinheiro retido dos salários dos servidores referente a empréstimos consignados às instituições financeiras. Carlesse destaca que já iniciou o pagamento de alguns bancos. “Estamos atendendo o emergencial e vamos gerindo para garantir o funcionamento do governo estadual”, finaliza.