O presidente Jair Bolsonaro recebeu o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e o dono da rede de televisão SBT, Silvio Santos, no palanque presidencial montado para abrigar autoridades durante o desfile do Dia da Independência, realizado neste sábado, 7, em Brasília. A dupla acompanhou o evento ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, os três filhos do presidente, ministros do governo e os empresários Marcelo Carvalho, vice-presidente da RedeTV, e Luciano Hang, dono da Havan.O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), compareceu aos desfiles acompanhado do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), presidente interino da Câmara dos Deputados, que representa o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está em viagem oficial ao Oriente Médio até 10 de setembro. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, também não compareceu — ele cumpre agenda em Londres.O desfile foi marcado pela quebra de protocolo por Bolsonaro, que desceu do palanque presidencial e percorreu a esplanada acompanhado de seguranças e dos ministro Sergio Moro (Justiça), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). A segurança foi pega de surpresa.Atrás do palco, as entradas foram fechadas, e também ocorreu um reposicionamento dos carros oficiais.Bolsonaro cumprimentou o público presente no desfile aos gritos de “mito”. As pessoas presentes também fizeram coro ao ministro da Justiça e gritaram “Moro”. Em vários momentos, Bolsonaro e Moro caminharam abraçados. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) saiu do desfile logo após a quebra do protocolo. Vestindo um vestido amarelo, a exemplo da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ela disse que a proximidade entre Bolsonaro e Moro é uma demonstração do respeito do presidente pelo ministro da Justiça. "Não há crise. Tudo vai muito bem e obrigado", afirmou.Ao fim do percurso, formado por 24 arquibancadas de um lado da pista e 16 do outro, além de seis tribunas para autoridades e um palanque presidencial, Bolsonaro parou em frente a uma banda militar, pegou a batuta e brincou como se estivesse regendo os músicos. A iniciativa do presidente levou à paralisação do evento por quase 20 minutos.Os pastores Romildo Ribeiro Soares, conhecido como Missionário R. R. Soares, fundador e líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, e o bispo Robson Rodovalho, fundador da Igreja Sara Nossa Terra, também participaram do evento. Ambos estavam no palanque presidencial, juntamente com o bispo Edir Macedo, fundador da Universal do Reino de Deus. "Foi um momento de louvor à pátria", afirmou Rodovalho.ConvocaçãoAntes de deixar o Palácio do Alvorada, o presidente havia convocado todos os brasileiros a comparecerem às comemorações do Dia da Independência em suas cidades. “Independência de nada vale se não tivermos liberdade, essa por tantas e tanta vezes ameaçada por brasileiros que não têm outro propósito a não ser o poder pelo poder”, disse.A adesão do público ao pedido de Bolsonaro, para que todos vestissem verde e amarelo, foi relativa. Uma parte dos presentes atendeu à solicitação, mas muitos compareceram de branco - é a cor do uniforme de muitas escolas, que participam do desfile todos os anos.Bolsonaro deixou a residência oficial no Rolls Royce presidencial, com um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, sentado no banco traseiro, e de Ivo Cesar González, menino de 9 anos que foi convidado pelo presidente a acompanhar o percurso. Na chegada à Esplanada dos Ministérios, onde ocorre desfile, crianças o receberam com gritos de “mito”.Após o evento, Bolsonaro deixou o desfile sem falar com a imprensa. Ainda neste sábado, o presidente embarcará para São Paulo para realizar cirúrgia para correção de hérnia incisional.Os ministros que estavam na tribuna do presidente também foram embora sem dar declarações - entre eles Sérgio Moro, Augusto Heleno, e Onyx Lorenzoni, que caminharam com Bolsonaro no asfalto. Todos ficaram até a última apresentação do desfile, fechado pela Esquadrilha da Fumaça.Hino nacional Como o Estado revelou, a maioria dos 22 ministros aceitou cantar o Hino Nacional em vídeo apresentado neste sábado durante cerimônia em Brasília. Participaram da ação os generais Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e o almirante Bento Albuquerque (Minas e Energia) e ainda o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública).As filmagens foram feitas nos últimos dias e os participantes mantiveram segredo em suas redes sociais. O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, também participam do vídeo. -Imagem (1.1881659)