O novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), fez seu 1º discurso como representante do Planalto na tarde desta 3ª feira (18). Ele afirmou que continuará o trabalho do antigo ocupante do cargo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e que o governo tem “ampla coalizão”.O deputado paranaense foi anunciado na semana passada como novo líder, posto que o torna representante do presidente da República no plenário da Câmara. Vitor Hugo tem a confiança de Jair Bolsonaro, mas sua capacidade de organizar os apoiadores do Planalto era questionada.Barros disse ao programa Poder em Foco que atualmente Bolsonaro “se articula com a política como ela é”. No início do governo, o presidente buscava interlocução com as bancadas temáticas (Evangélica, da Bala, etc.) em vez de buscar o diálogo com os partidos. Agora, há conversa com as legendas, incluindo indicações de apadrinhados de políticos para cargos na administração pública.“Estou aqui para representar o presidente Bolsonaro, o governo do presidente Bolsonaro, cujo governo é apoiado por uma ampla coalizão de partidos representados nesta Casa”, declarou Barros no plenário nesta terça-feira (18).“O líder Vitor Hugo sai com um troféu: aprovou a reforma da Previdência. É um parlamentar muito qualificado, muito preparado, muito bem formado, que cumpriu aqui o seu papel. Eu faço 1 trabalho de continuidade. Não estou na liderança para mudar, estou para continuar o trabalho que vinha sendo realizado e respeitar os acordos que foram firmados pelo líder Vitor Hugo e pelos senhores líderes anteriormente”, afirmou o deputado paranaense.Barros disse ser importante haver lealdade nas relações políticas. “Lealdade é uma das qualidades que o ser humano precisa ter. Mas, se não tiver lealdade, não precisa ter nenhuma outra, porque é impossível a convivência com quem não é leal”, declarou.Ricardo Barros é 1 político experiente e pragmático. Foi líder ou vice-líder dos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de ministro da Saúde de Michel Temer.“O sentido é dar governabilidade ao governo que se elege. Nosso sistema é 1 presidencialismo de coalizão. Nosso sistema exige maioria, 3/5 para emenda constitucional. Os presidentes da República nos últimos períodos têm sido eleitos com 10% apenas dos parlamentares na Câmara e no Senado. Obviamente exige articulação”, disse Barros.“Essa articulação ocorre da forma mais clara e transparente possível. Uma articulação de coalizão, participação e inclusão dos programas partidários de cada partido da coalizão nas ações de governo”, afirmou o novo líder.“Minha 1ª palavra aos nossos colegas, aos meus colegas deputados, é pedir apoio. A função de líder do governo é fazer aprovar as matérias que permitirão entregar aos brasileiros aqueles compromissos que o presidente que o povo escolheu fez”, declarou Ricardo Barros.Antes de ser líder do governo na Câmara, Barros era 1 dos vice-líderes no Congresso Nacional. Ele ainda consta no cargo no site do Congresso Nacional, mas a expectativa é que não acumule as duas funções.