O partido Avante oficializou, neste sábado (29), a pré-candidatura do deputado federal André Janones (MG) à Presidência da República. O lançamento ocorreu durante evento em um hotel no Recife com a presença de lideranças nacionais do partido.

Janones surpreendeu a cena política após aparecer com 2% das intenções de voto em pesquisa divulgada pelo Ipec em dezembro. O índice foi o mesmo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

"Nossa candidatura não é mais uma, porque ela representa os interesses do povo brasileiro. Com o atual presidente, o Brasil continuou refém das amarras ideológicas, só mudou de lado. O povo continuou sendo coadjuvante em todas as decisões", disse ele, em discurso.

O presidente do partido, Luis Tibé, alfinetou Doria ao discursar. "O Avante formou uma unidade em torno de André. Estamos vendo algumas candidaturas de pessoas ditas ilustres que racharam o partido quando se lançaram. E André Janones ainda sem ser candidato já pontuava igual a esse candidato."

André Janones, 37, é natural de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, e formado em Direito. O primeiro emprego dele foi como cobrador de ônibus. Depois, com a graduação, montou um escritório de advocacia.

Em 2016, foi candidato a prefeito de Ituiutaba, mas acabou na segunda colocação, perdendo no primeiro turno da eleição.

Dois anos depois, esteve na linha de frente do apoio à greve dos caminhoneiros em Minas Gerais, o que levou o seu número de seguidores a saltar para 1 milhão nas redes sociais.

Em 2018, Janones foi o terceiro mais votado de Minas Gerais, com 178.660 votos, na disputa por uma das cadeiras na Câmara dos Deputados.

Como parlamentar, despontou com o impulso das redes sociais, nas quais acumula 8 milhões de seguidores. Durante a pandemia de Covid-19, ganhou destaque na plataforma com transmissões ao vivo sobre o auxílio emergencial.

O Avante quer utilizar a candidatura do deputado André Janones para tentar ampliar a bancada de deputados federais e senadores no Congresso Nacional.

O deputado federal Pastor Sargento Isidoro (BA), evangélico assim como André Janones, criticou a situação econômica do país durante a cerimônia e também mencionou os resultados das pesquisas.

"Ele poderia estar disputando o Senado, mas está recuando disso para ser candidato a presidente. Porque ele não pensa nele, pensa no Brasil", afirmou Isidório.

Antes chamado de PT do B, o partido foi fundado em 1989. A mudança de nome veio em 2017, na esteira do movimento de diversos partidos de mudar a designação das legendas em um momento de crise para os partidos.

Como PT do B, o partido já esteve ao lado do PSDB nas eleições presidenciais de 2010 e 2014, apoiando José Serra e Aécio Neves, respectivamente. Já em 2018, o Avante foi o único partido que se coligou ao candidato do PDT, Ciro Gomes.

Para as eleições de 2022, tanto PSDB quanto PDT possuem candidatos próprios, que são João Doria e Ciro Gomes. Eles fazem parte da chamada terceira via, que tenta quebrar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas.

Também foram são pré-candidatos ao Planalto o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o cientista político Felipe D'Ávila (Novo), Leonardo Péricles (UP), o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), é cotado para disputar pelo PSD.