-Imagem (Image_1.1008100)Após ser sorteado no Conselho de Ética relator de representação do Rede e PPS contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso pela Lava Jato, o senador do Tocantins Ataídes de Oliveira (PSDB) quase concedeu a mesma declaração do dia em que ajudou, no Senado, a manter o petista preso. Ataídes havia dito: “Acusações são gravíssimas e por isso voto pela manutenção da prisão e defendo a perda de mandato”. Ontem, ele afirmou: “Acusações são gravíssimas”. E parou por aí.Entrevistado pelo Jornal do Tocantins, Ataídes optou em explicar o trâmite do processo no conselho, mas sem declarações opinativas. Perguntado sobre como pretende votar a representação que pode levar à cassação de Delcídio, falou sobre o assunto, mas sem adiantar o que pode vir a ser o seu posicionamento: “Vamos analisar a representação, a sua defesa (de Delcídio) e vamos então dar o nosso voto”.Questionado, portanto, sobre o porquê de uma postura, agora, bem menos enfática, Ataídes fez sua consideração: “Naquele momento eu não estava na posição de ‘juiz’. Passei a ser um julgador e diante dessa posição, vamos ter toda a cautela de dar ao senador Delcídio todo o direito de defesa”.Ataídes destacou ainda a importância do contraditório no processo e garantiu que essa prerrogativa será garantida ao petista. “O princípio de presunção de inocência é um marco civilizatório”, ressaltou.Delcídio do Amaral deve ser notificado sobre o caso na próxima segunda-feira e, a partir daí, terá dez dias para apresentar sua defesa prévia. Como o Congresso deve entrar em recesso dia 23, esse prazo pode ficar suspenso até o retorno das atividades, em fevereiro de 2016. Obstrução e fugaDelcídio está preso desde o último dia 25 sob acusação de atrapalhar as investigações da <FI10>Lava Jato</FI> e de ter planejado uma rota de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que já estava preso.