Governadores de Estados brasileiros tentam comprar vacinas contra a Covid-19 diretamente dos laboratórios. Na sexta-feira (19), o Fórum Nacional de Governadores enviou ofícios ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz para verificar a possibilidade de aumento na produção dos imunizantes.Os documentos foram assinados pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador da temática das vacinas no fórum de governadores e presidente do Consórcio Nordeste, que reúne estados da região.O objetivo é garantir pelo menos a primeira dose da vacina a 50 milhões de pessoas até abril. Também querem antecipar para antes de julho a produção do IFA (insumo farmacêutico ativo), o princípio ativo da vacina, para avançar na imunização da população brasileira.Segundo o fórum, a decisão dos mandatários estaduais foi tomada depois de o Ministério da Saúde mudar o cronograma de vacinação que havia sido apresentado pela pasta aos Estados, em reunião na quarta-feira (17).“A quebra que tivemos no cronograma de vacinação causa uma decepção e uma insegurança”, disse o governador do Piauí em vídeo divulgado pela sua assessoria.Em reunião na sexta-feira (19) com a Comissão de Vacinação da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que os municípios não precisam mais reservar vacinas para a aplicação da segunda dose. Segundo o ministro, agora há uma garantia de produção de doses, o que assegura o envio posterior, de novas remessas das vacinas aos Estados.Nos ofícios encaminhados aos laboratórios brasileiros, os governadores pedem o cronograma do recebimento de insumos e de entrega de vacinas e a apresentação da capacidade máxima de produção do imunizante.Querem, também, a viabilização de mais doses, além das já contratadas pelo Ministério da Saúde.“Tomamos a decisão de buscar uma alternativa para compra de vacinas pelos estados. Acertamos com o ministro da Saúde de que essas vacinas que vamos comprar estarão dentro da regra do Plano Nacional da Imunização. O próprio ministro, como já havia dito na reunião, coloca que o ministério pode reembolsar os estados”, disse Dias.