Passados 21 dias da expedição do mandado de condução coercitiva, o prefeito Carlos Amastha (PSB) prestou esclarecimentos, ontem, à Polícia Federal (PF) na Operação Nosotros. 25 pessoas, entre investigados e testemunhas, foram ouvidas e segundo o delegado federal Rodrigo Borges, essa fase foi encerrada ontem com a oitiva do chefe do Executivo da Capital. A PF começa agora a confrontar os documentos e computadores apreendidos, com as informações prestadas pelos investigados e testemunhas nas oitivas.A investigação tem duas frentes: uma relacionada à licitação do Bus Rapid Transit (BRT) e a outra envolvendo a desapropriação dos lotes impactados pela obra, localizados nas proximidades da Praia do Prata. Conforme Borges, o depoimento do gestor foi norteado por estas duas questões específicas. “O prefeito respondeu todos os questionamentos que foram feitos, se mostrou voluntarioso a fim de responder e esclarecer todos os fatos que foram perguntados. Trouxe documentos, principalmente relativos ao BRT, alguns decretos envolvendo a desapropriação das áreas que são questionadas e se colocou a disposição a trazer outros, se necessário”, esclareceu.Sobre uma conclusão após a oitiva do prefeito, Borges ressaltou que ainda é cedo afirmar alguma coisa. “A gente tem que estabelecer a relação das respostas do prefeito com o que já foi apurado nos autos, mas dentro em breve a gente deve chegar a uma conclusão do que foi dito.”Logo após a oitiva, Amastha saiu da PF sem falar com a imprensa. Em nota, a Secretaria de Comunicação de Palmas disse que “todos os esclarecimentos necessários inerentes às investigações foram prestados pelo prefeito Carlos Amastha”. O mandado de condução para Amastha foi expedido em 10 de novembro, mas não foi cumprido porque ele estava em viagem oficial e a oitiva remarcada para o dia 22. A defesa solicitou que o depoimento fosse em Brasília, na sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e ontem o pedido foi negado. Os policiais saíram pela cidade, em busca de Amastha, que não foi encontrado, pois estava em Brasília.