O promotor de Justiça Mateus Ribeiro dos Reis representou à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Palmas pela abertura de investigação de suposto ato de improbidade administrativa que teria sido praticado pelos secretários Rolf Vidal (Casa Civil) e Cristiano Sampaio (Segurança Pública). 
 
Para o promotor há "suspeita de embaraçar investigação penal em andamento e atentar contra a moralidade pública" na exoneração do ex-diretor da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) Evaldo Oliveira Gomes, como mostrou a coluna. 
 
Segundo a narrativa do promotor, no dia em que foram deflagradas duas operações policiais que investigam grande empreiteiro do Estado do Tocantins por decisões da Justiça em Alvorada e Palmas, o delegado diretor da Delegacia de Combate à Corrupção Evaldo Gomes é exonerado de seu cargo de chefia.
 
"Em que pese o ato de exoneração não demandar maiores explicações, fato é que a coincidência salta aos olhos até mesmo da mais inocente pessoa, trazendo a suspeita, apta a ensejar investigação por parte do Ministério Público, de que o ato foi praticado com possível violação dos princípios da Administração Pública, o que só poderá ser realmente aferido no bojo de regular procedimento investigatório", afirma o promotor.
 
Mateus Ribeiro Reis também afirma que não há notícia de que o Delegado de Polícia exonerado tenha desrespeitado o regimento interno da Polícia Civil ou descumprido qualquer dever funcional ao longo das operações policiais que observaram os procedimentos exigidas. “Circunstância que torna a exoneração ainda mais suspeita", afirma.
 
O promotor lembra que o diretor exonerado, como superior hierárquico dos demais agentes envolvidos na operação, toma conhecimento das medidas e dá autorização para prosseguimento desta. "Há notícia de que sua postura independente foi o motivo de sua exoneração", ressalta, ao pedir a instauração de inquérito para apurar se a motivação do "ato tenha sido justamente a de atrapalhar o bom andamento das investigações, inclusive intimidando os demais Delegados e membros da Polícia Civil envolvidos".
 
A tese da promotoria é que possa ter havido improbidade administrativa e até mesmo a prática de suposto crime de embaraço a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.