Lailton Costa

(Foto: Igor de Queiroz/Redes Sociais/Divulgação)

Lailton Costa

Há pelo menos três anos moradores do bairro Bertaville, no Sul de Palmas acionam órgãos para alguma medida que evite a contaminação das águas do ribeirão que desagua no lago.

Apesar de compromissos firmados pela BRK a situação da qualidade da água do reservatório que margeia a capital volta à pauta, como a imprensa tem mostrado, não pela qualidade.

E até agora não há efetividade alguma para contornar esse problema que se expande margens abaixo em direção às praias e outras localidades.

A coluna teve acesso a cinco laudos sobre a balneabilidade da água encomendados pelo condomínio de alto padrão, o Mirante do Lago, na altura da quadra 1.407 Sul.

A análise encomendada pelo condomínio e realizada no final de dezembro pela UFT, sob a tutela da doutora Liliana Naval demonstra a gravidade: a água está imprópria para uso.

O que dizem os laudos

Um dos critérios da Resolução 274/2000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) considerar água imprópria é se o valor obtido na última amostragem for superior a 2500 coliformes fecais (termotolerantes) ou 2000 Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 mililitros.

Embora as amostras coletadas nos dias 4 de dezembro e, depois, nos dias 17, 18, 19 e 20 de dezembro demostrem o nível de coliformes totais acima dos 2.400 NPM/100 (ml), no limiar, a mesma resolução considerada imprópria a água que tiver ocorrências como “presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, óleos, graxas e outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação” e a “floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde humana”.

E a mesma resolução (parágrafo 2 do artigo 2º) prevê o critério mais restritivo na análise das águas, quando é utilizado mais de um indicador microbiológico, como nesse caso.

Na parte de cima, tabela feita pela coluna compara resultados das análises; na parte de baixo, último laudo da amostra de 20 de dezembro, assinada pela doutora Liliana Naval (Foto: Reprodução)

Apelo do advogado

A ocorrência no condomínio levou o advogado Igor de Queiroz a fazer um apelo em sua conta no twitter. “É preocupante, revoltante ver que estamos perdendo o Lago de Palmas e nada vem sendo feito pela @BRKAmbiental, nem por ninguém, para combater esse mal, um verdadeiro atentado contra a incolumidade pública”, postou, no dia 25, mencionando órgão como Ministério Público, Naturatins, Prefeitura de Palmas e a prefeita Cinthia Ribeiro.

A BRK, concessionária palmense, se eximiu e creditou a calamidade a despejos clandestinos.

 

A situação merece mais atenção e esforços concentrados para combater os fatores que causam a má qualidade da água.

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