Lailton Costa

O ex-governador do Tocantins Siqueira Campos (DEM) chamou de “trama diabólica que envolve o seu nome” a nova leva de denúncias da Operação Ápia reveladas pelo Jornal do Tocantins. A nota enviada pela assessoria político comenta denúncias do Ministério Público Federal que citam o hoje suplente de senador em mais quatro ações penais que incluem ainda o deputado estadual licenciado Eduardo Siqueira Campos (DEM), ex-secretário de Relações Institucionais no governo do pai, o ex-vice-governador João Oliveira (Podemos) e os empresários Rossine Guimarães (CRT Construções), Jota Batista, Geraldo Magela Batista e Levi Batista de Araújo (donos da Barra Grande); Marcus Vinicius Lima Ribeiro (da MVL Construções) e Francisco Antelius Sérvulo Vaz (Epeng – Empresa Projetos de Engenharia).

Em tom crítico à divulgação das ações, Siqueira afirma ter tomado conhecimento dessas novas denúncias do MPF através da imprensa antes dele ser citado para se defender. “Um fato que inverte a lógica da presunção de inocência prevista na Constituição Federal”, anota.

O democrata disse ainda lamentar o envolvimento de seu nome “depois de uma vida inteira dedicada ao Tocantins” e lembra que em outros processos judiciais contra ele “vem obtendo seguidas absolvições e não será diferente agora”.

Histórico das denúncias

Siqueira Campos aparece denunciado como parte do núcleo político responsável pelo suposto esquema de desvio de recursos públicos de empréstimos em obras de asfalto desvendado pela Operação Ápia, desde 17 de dezembro de 2018 quando o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou a primeira ação do caso, contra ele, o também ex-governador Sandoval Cardoso (SD) e o ex-presidente da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) Alvicto Nogueira, o Kaká Nogueira, cunhado de Sandoval.

O ex-governador aparece também em pelo menos mais cinco ações penais ajuizadas neste ano e há, pelo menos, duas ações civis de improbidade contra o ex-governador decorrente da mesma operação cobrando o pagamento de R$ 225,7 milhões, como reparação do dano material, e mais R$ 100 milhões de dano moral coletivo, calculados após análise do material levantado em seis operações policiais ao longo da Ápia.

A Ápia investiga supostos desvios por aditivos irregulares, sobrepreço e superfaturamento de obras que receberam recursos de empréstimos com garantia da União com valor acima de R$ 1,2 bilhão.

Confira tudo que o JTo publicou sobre a Ápia.

Íntegra da Nota

"O ex-governador Siqueira Campos só tomou conhecimento de que existe essa nova denúncia do MPF através da imprensa, que ao cumprir seu papel, recebeu conteúdo necessário para produzir matéria, sem que ele  tenha tido a mesma  oportunidade,  para que possa  exercer a sua defesa, pois sequer foi citado e nem teve acesso aos autos. Um fato que inverte a lógica da presunção de inocência prevista na Constituição Federal.

Aos 91 de idade, o ex-governador Siqueira Campos lamenta essa trama diabólica que envolve o seu nome, depois de uma vida inteira dedicada ao Tocantins. Em todos os casos, o ex- governador vem obtendo seguidas absolvições e não será diferente agora".