Em meio à pandemia do novo coronavírus – “Covid-19” que afeta o mundo inteiro, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) pressiona o Conselho Estadual da Saúde (CES-TO) para aprovar a contratação daquela velha ideia de atendimento itinerante: as “Carretas da Saúde”.
 
Basta lembrar a última experiência nesse sentido, há quatro anos, quando a Justiça Federal barrou o atendimento oftalmológico das “Carretas da Saúde” do governo do Tocantins, após ação do Sindicato dos Médicos (SIMED-TO). Naquela época, o contrato era de R$ 11,6 milhões.
 
Conforme a primeira apresentação aos conselheiros, no dia 12 de março, durante a 256ª reunião ordinária do conselho, a “Carreta da Saúde” tem previsão para custar R$ 20 milhões. 
 
R$ 20 milhões cada uma. 

Essas carretas...

A carreta será para a “saúde do homem” e para a “saúde da mulher”. Para eles, serão consultas especializadas em urologia e exames de hemograma completo TSH, HDL, LDL, PSA, VDRL, Anti-HIV, Anti-HBS, HBsAG, Anti-HCV, TGO, TGP, Ureia, Creatinina e T3, além de ultrassonografia da próstata, por via abdominal.
 
Para elas, consulta ginecológica, exame citopatológico, mamografia bilateral para rastreamento, ultrassonografia endovaginal e ultrassonografia pélvica.

Na pauta do coronavírus

A pressão para aprovar a contratualização levou o presidente do CES, Mario Benício dos Santos a convocar, nesta segunda-feira, 16, a 69ª sessão extraordinária do colegiado com a proposta entremeando a pauta, de três itens e não de item único, como exige o regimento do CES.
 
O primeiro item é a implantação do Gabinete de Crise-ações preventivas do Covid-19, criado pelo governo estadual.
 
O segundo item é a "Carreta da Saúde" e o terceiro, outra contratualização, do serviço de diálise (terapia renal substitutiva) para o Tocantins
 
A convocação desagradou, pelo menos, quatro conselheiros, que manifestaram surpresa ante a atitude do CES de embalar duas contratualizações sem relação direta com a pandemia para a pauta da extra. 
 
Eles prometem questionar a postura de Benício. Segundo eles, o regimento prevê que em sessões extraordinária 

Má sina 

A última iniciativa de contratar unidade móvel nesses moldes restou denunciada pelo SIMED-TO ao Ministério Público Federal no Tocantins, porque havia dinheiro federal envolvido. A Procuradoria ajuizou uma ação que culminou na suspensão do serviço, por irregularidades na contratação e pela má prestação do atendimento oftalmológico.

Outro lado

A coluna contatou a Secretaria da Comunicação do governo estadual e o presidente do Conselho, mas não houve resposta até o fechamento da coluna.