As principais pré-candidaturas para a prefeitura da Capital intensificam movimentos partidários para as alianças a dois meses da janela, de 31 de março a 3 de abril, que permitirá os vereadores a trocaram de partido com justa causa, sem perder o mandato. É que cada mexida dos majoritários impactará na incorporação dos candidatos à vereador, uma massa que faz a campanha municipal.

Raul Filho quer, o problema é o partido

O ex-prefeito de Palmas Raul Filho, ainda filiado ao PSD, afirma que analisa para qual partido deve migrar com seu grupo de aliados para tentar disputar a prefeitura de Palmas novamente.  Nas eleições 2016, ele disputou a prefeitura pelo PR (hoje PL) antes de migrar para o PSD em  2018, quando acreditou que disputaria o Senado.

Em viagem ao Recife, Raul volta para a capital na terça-feira e vai discutir com sua base os convites recebidos para filiação de dirigentes do MDB, PSDB, PT e PCdoB.  “Disputar a prefeitura é ponto pacífico que é nossa pretensão, agora o problema é o partido”, disse, por telefone.

Sobre o convite feito pelo presidente regional do MDB, deputado Nilton Franco, para que seja o candidato do partido, relevado pelo T1, o ex-prefeito disse que não há impedimento em se filiar, mas precisa analisar com sua base a viabilidade de incorporação no partido de eventuais candidatos à Câmara Municipal.

Também observou a relação com o presidente metropolitano, o deputado Valdemar Júnior, que se lançou, em 2019, pré-candidato. “O MDB tem um candidato que acho qualificado, o deputado Valdemar Júnior e isso precisa ser observado”, ponderou.  

MDB boiando

Nilton Franco diz que a manifestação em defesa do ingresso de Raul Filho buscou provocar o partido na capital. Ele lembra que Valdemar Júnior não tem se posicionado claramente pela pré-candidatura nesse ano e entende que o partido não pode ficar a reboque. Ele diz que ainda irá conversar pessoalmente com Raul Filho e acredita que tudo pode ser ajeitado.

Raul, inclusive, entende que Franco não atropelou Valdemar Júnior. Valdemar não veio a público contar seu plano, mesmo após Franco esquentar as águas do lago de Palmas nem para dizer como o partido irá se comportar caso o ingresso de Raul se confirme.

Há correntes do MDB palmense que rebatem: Raul Filho no MDB só ser for do Pará ou do Piauí.

Amastha: PSB, com Andrino quer derrotar Cinthia, com o PSDB

O ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha é que tem se posicionado, na condição de presidente do PSB, na defesa de Tiago Andrino como pré-candidato. “Nosso projeto preferencial é com o PSDB, mas sem ela (prefeita Cinthia Ribeiro), claro”, avalia o pessebista, que minimiza a declaração do presidente nacional do PSDB de que a prefeita terá o partido para se reeleger.

Com a saída de Alan Barbiero, que vai para o Podemos, e sem Ricardo Ayres assumir sua pré-candidatura (a tendência é apoiar o nome preferido do partido) o nome do vereador Tiago Andrino é o sobrevivente para ir às urnas.

O desafio de Andrino será sobressair-se como candidato a gestor. Curiosamente, pode ser que tenha de ir a público dizer que não é o candidato poste de Amastha, numa reedição, pelo outro lado do balcão de uma estratégia das eleições de 2012, quando Marcelo Lelis (PV) precisou usar seu programa eleitoral para convencer o eleitor de que sua caneta de prefeito não era de Eduardo Siqueira (DEM).

PT: Vilela diz que é único pré-candidato, por ora

O presidente metropolitano do PT, João Vilela, diz que por enquanto seu nome é o único inscrito como pré-candidato a prefeito de Palmas. Segundo ele esse é o sistema que o partido adota. Embora sem revelar diálogos nesse sentido, sustenta que o partido quer construir uma frente de “centro-esquerda” para a disputa, pontuando que o PT “vai continuar defendendo os direitos do trabalhador para resistir o avanço desse modelo neoliberal”.

Hudson: sem partido e nas redes

O delegado Hudson Guimarães tem usado as redes numa das pré-campanhas mais assumidas, quase no limar entre o permitido e o ilegal nessa fase. Fez um encontro com seus pares, os delegados da Polícia Civil em praça de alimentação pública.

Está sem partido. E esse é seu principal entrave. Porque o baronato está agasalhando os nomes competitivos em partidos com verba e mídia.

Milton Néris se lançou

Decidido a deixar de disputar a vereança mirando o Executivo, o vereador Milton Néris anunciou que deixa o PP de Lázaro Botelho, assessor especial do governador Carlesse, que acertou a legenda com o vice-governador Wanderlei Barbosa.

Milton então tem até 31 de março para encontrar um partido que encampe seu autolançamento de pré-candidato a prefeito e invista no seu nome como majoritário.

Cinthia e Wanderlei, duas candidaturas com gestão e caixa

Todo esse cenário é para construir as demais candidaturas que se apresentarão à dicotômica disputa entre dois projetos que já se enfrentam no dia a dia de Palmas: o projeto de reeleição de Cinthia Ribeiro e o projeto de governar Palmas do vice-governador Wanderlei Barbosa.

Cabe à Cinthia organizar-se como liderança algo que sobra no seu principal rival, a começar pela Câmara na volta dos trabalhos legislativos. Hoje não se sabe, efetivamenet, que é a base dela no Legislativo.