O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), retirou nesta segunda-feira (7) o sigilo do inquérito que apura o financiamento e organização de atos considerados antidemocráticos. Na sexta-feira (4), a PGR (Procuradoria Geral da República) solicitou o arquivamento das investigações contra deputados bolsonaristas.O despacho de Moraes torna público os autos principais do inquérito e o relatório parcial da PF (Polícia Federal) sobre o andamento da apuração. Trechos do documento foram divulgados por veículos de imprensa neste fim de semana.“No caso dos autos, embora a necessidade de cumprimento das numerosas diligências determinadas exigisse, a princípio, a imposição de sigilo à totalidade dos autos, é certo que, diante do relatório parcial apresentado pela autoridade policial – e com vista à Procuradoria Geral da República, desde 4/01/2021 – não há necessidade de manutenção da total restrição de publicidade“, escreveu Moraes.O inquérito dos atos com pautas consideradas antidemocráticas foi aberto em abril de 2020 com base na Lei de Segurança Nacional. O pedido de investigação foi feito na esteira de atos que defendiam o fechamento do STF e do Congresso e uma nova edição de decreto similar ao AI-5 (Ato Institucional 5), medida que endureceu a ditadura militar no Brasil.Em dezembro, relatório parcial da PF sugeriu o aprofundamento de linha de investigação sobre suposta tentativa de obstrução da CPMI das fake news. Os principais investigados são os sócios do portal Terça Livre – Allan dos Santos, Bruno Ayres e João Bernardo Barbosa – além da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.Mensagens interceptadas pela corporação apontam que o grupo de Whatsapp “Conselheiros da TL” era o principal canal de comunicação entre a deputada e os membros que queriam barrar a investigação, entre eles os gestores do portal. Eles tentaram derrubar a convocação de João Barbosa para depor na comissão por meio da deputada.Segundo o relatório parcial da PF, foram encontrados indícios de que congressistas que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) planejaram a propagação de discursos de ódio e antidemocráticos, incluindo o rompimento da ordem institucional.Com base nesses indícios, a PF pediu que novas linhas investigativas fossem autorizadas. Entre elas, sobre o material encontrado na casa do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Um bilhete dizia: “Objetivo: materializar a ira popular contra os governadores/prefeitos; fim intermediário: saiam às ruas; fim último: derrubar os governadores/prefeitos”.Na 6ª feira (4.jun), a PGR solicitou o arquivamento de investigações contra deputados e o envio de 6 casos de pessoas sem prerrogativa de foro para a 1ª instância. Segundo apurou o Poder360, a Procuradoria apontou que diligências realizadas pela PF não encontraram indícios de envolvimento nos supostos crimes investigados.Eis a lista dos congressistas investigados:Alê Silva (PSL-MG) – Deputada federalAline Sleutjes (PSL-PR) – Deputada federalBia Kicis (PSL-DF) – Deputada federalCarla Zambelli (PSL-SP) – Deputada federalCaroline de Toni (PSL-SC) – Deputada federalGeneral Girão (PSL-RN) – Deputado federalGuga Peixoto (PSL-SP) – Deputado federalJunio Amaral (PSL-MG) – Deputado federalOtoni de Paula (PSC-RJ) – Deputado federal