Envolvidos nas campanhas, mas com outro papel temos os marqueteiros que nos apresentam suas visões sobre a campanha eleitoral da Eleição Suplementar. De forma geral, os três profissionais ouvidos destacam que o cenário favorece os candidatos não tradicionais na política, que o eleitor está mais aberto em votar em novos nomes. Outro ponto destacado como grande desafio é motivar o eleitor a ir votar no dia 3 de junho.

O marqueteiro Marcelo Silva avalia que uma vantagem para esse ano é que existem mais espaços para novos políticos e grupos na disputa e também novas ideias. Por outro lado, ele destacou que o eleitorado também está mais desconfiado. “Os políticos tradicionais também têm seu espaço, mas precisam se reinventar e se reapresentar, desvinculados dos grandes chefes políticos que já tivemos.”

Sobre a imagem dos políticos, para Silva eles sempre têm uma imagem ruim. “Mas os desafios aumentaram, a desconfiança do eleitor está maior e isso está refletindo na votação, com um número cada vez maior de abstenções. E os candidatos precisam trabalhar isso, estimular as pessoas a irem votar e se interessarem pela eleição”, frisa. Ele destaca que muita gente, principalmente no interior do Tocantins, não está sabendo que haverá a Eleição Suplementar.

“Não houve tempo ainda para os candidatos, principalmente os novos nomes, serem conhecidos pelos tocantinenses. Então, o desconhecimento, a desconfiança e o desinteresse são os grandes desafios nessa eleição”, analisa.

Também atuando no marketing eleitoral nessa eleição, João Neto vê o tempo curto como um ponto positivo. “Os entraves jurídicos e o calendário arrochado exigem uma dinâmica extra. Mas, o maior desafio será tirar o eleitor de casa. Corremos o risco de um alto índice de abstenção”, avalia. Neto ressalta que é preciso fazer o eleitor entender que voto nulo e a abstenção não têm valor. Para ele, é preciso motivar o eleitor de que votar é a única forma de protestar.

Neto ainda ressalta que outro ponto positivo no Tocantins é o número de filiados em partidos políticos. “Temos algo em torno de 200 mil eleitores filiados, isso é um grande universo político no Estado”, diz.

Para Tiago Oliveira, também atuando no marketing da Eleição Suplementar, o período curto não é negativo e é o ideal para os candidatos apresentarem suas propostas. “O que temos de diferente é um eleitor que não quer mais o político profissional, que vive do cargo político, de mandato em mandato.”

Ferramentas

Silva frisa que sua grande aposta ainda é o horário eleitoral gratuito na televisão e rádio. “É o grande canhão, principalmente de uma eleição rápida e curta como essa. É a minha aposta”, destaca.

Sobre as redes sociais, Silva lembra que desde 2010 estão sendo utilizadas nas campanhas eleitorais e com muita controvérsias se foram importantes ou não, decisivas ou não, qual é o alcance da internet. “Veja que conjugar rede social forte com uma campanha de rua muito intensa, seria uma receita ideal, pois não sabemos com precisão o acesso da população a internet.”

Neto considera que as redes sociais, bem como sites, têm os mesmo problemas que as mobilizações presenciais. “O universo político é o único que se interessa pela política partidária, sendo assim é o único que acompanha as redes sociais personalizadas. Sair desse território é o grande desafio.”

Os três - Silva, Neto e Oliveira - consideram que um fato positivo da eleição ser curta é que o seu custo também será menor.