Ana Fernandes e Daiene Cardoso
Estadao Conteudo"Acho que, com dois minutos de televisão, contra o bombardeio que ela sofreu, é mais ou menos razoável que se esperasse que ela fosse cair", avaliou sobre a posição da candidata nas pesquisas.
Um dos maiores defensores da tese do voto útil em Marina, França diz que apesar de agora a ex-ministra apresentar desempenho semelhante a Aécio nos cenários de segundo turno, ela ainda é a melhor opção para bater Dilma Rousseff (PT). Para França, Marina gera mais perigo para a reeleição de Dilma, já que para o PT é mais fácil enfrentar o PSDB, que é um inimigo conhecido. "Os tucanos são fregueses de carteirinha do PT já." E repete o argumento de que, com tempo equivalente de TV, a situação ficará mais difícil para a petista. "Dilma tem de fazer de tudo para ganhar no primeiro turno porque sabe que no segundo serão 10 (minutos) contra 10 (minutos)" , disse
França apontou também que Marina teria mais facilidade em recuperar votos no Nordeste que o tucano. "O que diferencia muito a Marina é a origem, a sensibilidade social. Ela consegue ter uma empatia com a população parecida com a do Lula." Para ele, Aécio teria pouco a avançar nesse sentido. "Não há público para o Aécio virar."
Ele admite que podem ter havido erros pontuais na campanha, mas ressalva que a situação de Marina foi peculiar por ela ter assumido após a tragédia que matou Eduardo Campos e por ela ser um quadro abrigado no PSB - já que não conseguiu criar o Rede Sustentabilidade. "Tenho críticas, mas só quem está lá dentro sabe avaliar", afirmou França, que ressalvou ter contribuído mais com a área financeira que de fato contribuído com a estratégia da campanha.
Apesar de toda a argumentação, França admite que o momento para a candidata do PSB é delicado e que é preciso esforço nessa reta final para garantir que a campanha avance para além de 5 de outubro. "Ela precisa fazer esforço para se movimentar e chegar no segundo turno, aí começa uma nova eleição", afirmou.
França fez ainda uma menção saudosa a Campos. Disse que, considerando que Marina se preparava para ser vice, está desempenhando bem seu papel até aqui, mas que a eleição seria mais fácil com o "craque" Eduardo Campos. "Nunca achei que essa eleição fosse fácil. Só se a gente ainda tivesse Eduardo, que era um 'Neymar'. Não tendo o nosso 'Neymar', o jogo fica mais equilibrado", concluiu França, que era próximo de Campos.
As pesquisas Datafolha e Ibope/Estadão/TV Globo divulgadas nesta noite evidenciaram o acirramento pelo segundo lugar nas intenções de voto. A petista segue na liderança com 39% no Ibope e 40% no Datafolha. Já Marina caiu de 29% para 25% no Ibope e oscilou de 27% para 25% no Datafolha. Aécio manteve 19% das intenções de voto no Ibope e oscilou de 18% para 20% no Datafolha. Dilma venceria os dois adversários no segundo turno, informam os institutos de pesquisa.
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