Chegamos ao fim do primeiro semestre de 2021. Os ventos de maio e junho já anunciaram a chegada do verão. Período de estiagem com temperaturas elevadas que está entre os mais esperados nesse pedaço do solo brasileiro, pois é quando o nível dos rios baixa fazendo surgir muitas praias de água doce às margens dos rios Tocantins e Araguaia.

Somado ao calor e os encantos das águas doces, julho é o mês oficial das férias escolares. Razão pela qual as cidades situadas às margens de rios, com cachoeiras e balneários de igarapés, recebem grande fluxo de visitantes vindos de diversas regiões do país para desfrutar das belezas que os pontos turísticos naturais oferecem.

Essa sazonalidade seria mais uma vez muito positiva para o desenvolvimento local não fosse a presença ainda muito nociva do Coronavírus. Mesmo com a queda no número de mortes nos últimos 10 dias, especialistas alertam que a pandemia ainda não está sob controle e a chegada variante Delta é um agravante em potencial. 

Tais fatores ainda devem ser somados à lentidão na imunização contra a Covid-19 em todo o país. Já se passaram cerca de 180 dias desde o início da vacinação no Brasil, e menos de 40% da população recebeu a primeira dose. Tomando mais particularmente nosso estado do Tocantins como ponto de análise, ainda estamos na faixa vermelha no percentual de infectados em nível crítico, com alto risco de transmissão, número de UTI’s insuficinete, e em último lugar no ranquing de vacinados do país. 

Diante desse cenário ainda de incertezas quanto à possibilidade de flexibilização das medidas sanitárias e restritivas, retomo o tema tratado nesta coluna em 2020: “não vai dar praia, precisamos preservar a vida”. 

Embora alguns representantes queiram pregar a ideologia da “gripezinha”, de que “máscara incomoda” e que continuem incitando a população a participar de aglomerações totalmente desnecessárias, a exemplo do atual presidente da república e de um gestor municipal do Bico do Papagaio que desprezou o número de vítimas da covid em função do desfrute das praias nesse veraneio, não podemos “relaxar”.
Dessa vez a música que diz: “Chegou o verão, De férias eu estou, Quero curtir e brincar, Sol, muito calor, mil coisas pra fazer, Oba, oba, quero aproveitar...”, deverá ser interpretada pelo olhar da cautela, do respeito ao outro e à vida, em primeiro lugar, afinal o verão chegou mas o vírus não foi embora.