Em razão do cenário de pandemia declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), decorrente da doença infecciosa causada pelo novo coronavírus (Covid-19), o Ministério da Saúde (MS) editou a Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, na qual declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Em decorrência disso, as instâncias governamentais adotaram medidas restritivas de funcionamento de comércio, escolas, circulação de pessoas, até mesmo dos órgãos públicos em geral.
 
Baseado nas estratégias previstas no Plano Nacional de Resposta às Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) - através da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) - iniciou imediatamente, mesmo sem vestígios de dados confirmados ou suspeitos no Estado, o monitoramento através de gerenciamento e rastreamento de casos. Para concretizar a ação, foi realizada a primeira reunião, ainda em 28 de janeiro de 2020, com técnicos das 
Superintendências afins da SES, Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (SEMUS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária dos Portos e Aeroportos (ANVISA). Nesta oportunidade, se iniciou a elaboração do Plano de Contingência Estadual e Municipal para enfretamento à pandemia. Isso fez com que o Tocantins se tornasse um dos primeiros Estados do país a entregar um plano de contingência para a OMS.
 
Graças ao esforço da atual gestão estadual, o Tocantins sempre se manteve em posições de controle nos rankings epidemiológicos do país. Foi um dos primeiros Entes Federados, ainda em fevereiro, a elaborar e apresentar o plano de contingência, se mantendo estável entre os Estados com menores índices de letalidade, sendo, inclusive, o último a ter mortes decorrentes dessa enfermidade, o que ocorreu apenas em 18/03. O Tocantins também foi o Estado que mais investiu em recursos na saúde - 17,86% da receita corrente líquida - além de ser a unidade da federação que mais preservou empregos durante o período de enfrentamento à Covid-19.
 
No entanto, como gestor da SES, reconheço os efeitos negativos causados pela pandemia na saúde pública do Tocantins. Tais reflexos afetam diretamente a população, como por exemplo, a queda dos níveis nos bancos de sangue nas unidades de coleta, ou até mesmo insumos - como anestésicos indispensáveis às entubações, por exemplo - que tiveram seus estoques afetados, por terem sido redistribuídos preferencialmente aos pacientes acometidos pela Covid-19. 
 
Desde o início da pandemia o Governo do Tocantins e a Secretaria de Estado da Saúde, não medem esforços para conter, de forma efetiva, a proliferação do novo coronavírus. A presente publicação sugere um caminho para o retorno da normalidade na prestação dos serviços públicos, com vistas à melhoria no planejamento da oferta dos serviços relacionados à gestão de pessoas, sanitização de ambientes e, sobretudo, gerenciamento de riscos pós-pandemia, tanto sob a ótica do servidor público, quanto do usuário.
 
Posto isto, um plano de organização da rede de assistência nas três grandes macros regiões no Estado, já está sendo estudado por uma equipe competente, para que, ao fim da pandemia, seja reduzido, ao máximo, as consequências negativas e prejuízos organizacionais, advindos do período pandêmico. 
 
Portanto, é de extrema relevância que, todos nós, enquanto gestores da saúde - de forma célere -estejamos preparados para este momento, com o objetivo de elaborarmos, desde já, um plano de retomada dos serviços que serão executados ao fim da quarentena. 
 
Vale ressaltar que todos os cuidados, como meios de prevenção à pandemia, permanecem inalterados, entre quais, o distanciamento, assepsia e higienização das mãos e punhos, uso de máscaras, além de evitar quaisquer tipos de aglomeração. 
 
Por fim, é importante reiterar: A pandemia ainda não acabou!!
 
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Luiz Edgar Leão Tollini é graduado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Exerceu cargos de gestão em tecnologia, administração e saúde no governo do Estado de Goiás. Entre 2012 e 2013 serviu ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no Rio de Janeiro. A partir de 2016, assumiu a direção do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência (DAHU) do Ministério da Saúde em Brasília (DF). Já em 2017, exerceu as funções de secretário da Saúde da cidade de Aparecida de Goiânia. No Tocantins desde 2018, ocupou o cargo de diretor-geral do Hospital Geral de Palmas (HGP) e, desde maio de 2019, assumiu efetivamente o cargo de secretário Estadual de Saúde.