Hoje, dia 7 de agosto, data em que a Lei Maria da Penha faz 16 anos, decidi tornar pública a minha vida privada com a finalidade de contribuir para o enfrentamento da violência doméstica e familiar.

Conto que EU vim de uma família onde os HOMENS BATEM EM MULHERES.

Sim, é isso. Foram, pelo menos três gerações de mulheres violentadas fisicamente, psicologicamente, moralmente, sexualmente e patrimonialmente. 

Até onde conheço dos meus antepassados, o comportamento violentador começou com meu avô paterno, que passou para os filhos homens e chegou aos netos homens. E assim se passaram mais de 100 anos de violências causadas às mulheres da minha família. 

Hoje reconheço os motivos para a banalização desse tipo de violência: o machismo e o patriarcado, que resultaram em mais de um século de medo, sofrimento e tristeza às mulheres da minha linhagem. 

E por sentir a dor delas em mim, hoje deixo de assinar Shara REZENDE, nome da minha família paterna, e passo a me chamar SHARA ALVES DE OLIVEIRA, sobrenome da minha mãe. 

Essa foi uma forma singela que encontrei para honrar as mulheres violentadas em todo o mundo e de enfrentar a violência doméstica e familiar contra a mulher.