Salatiel Soares Correia

Se o Czar Alexandre I imaginasse, naquele 24 de junho de 1812, quais seriam as consequências para seu país de sua decisão de romper o bloqueio continental imposto pelo todo poderoso imperador da França, Napoleão Bonaparte, contra a Inglaterra, talvez, ele não tivesse seguido por esse caminho.

Furioso com o acontecido, Napoleão decidiu invadir a Rússia e a Áustria. A movimentação do exército francês em território Russo culminando com a vitória dos franceses na batalha de Austerlitz indicava que o imperador Francês colheria mais uma vitória na sua condição de renomado estrategista militar. Não foi bem assim. O avanço do exército dele, cada vez mais faminto, constratava com a movimentação do bem alimentado exército Russo. Por fim, Napoleão foi derrotado e a derrota representou o começo do fim da carreira do mais brilhante militar Francês, reconhecido mundo afora, como sendo um dos mais brilhantes estrategistas do planeta.

Essa movimentação das tropas em território da Rússia, travada num clima de baixíssimas temperaturas, serviu de fonte inspiradora para construção do pano de fundo de um dos maiores romances de todos os tempos: “Guerra e Paz”, do genial escritor Russo Leon Tolstói.

Das 300 páginas já lidas, tenho ainda pela frente um longo caminho a percorrer. Precisamente 623 páginas de um romance que no seu total possui mais de 900 páginas. Essa obra-prima da literatura mundial é enquadrada por muitos na categoria do romance histórico.

“Guerra e Paz” é muito mais que isso. A obra-prima de Tolstói transcende as fronteiras do romance histórico, pois explora a psicologia humana, com suas fraquezas e virtudes. O autor soube construir uma verdadeira uma obra de arte.

O ponto alto desses escritos coloca esse livro no mesmo patamar de “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust ou até mesmo “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes. Quem tiver paciência de enfrentar esse clássico da literatura mundial, constatará a capacidade do autor em relacionar o microcosmo da

sociedade Russa com a universalidade de uma guerra que foi decisiva para mudar a geopolítica da Europa que tinha, até então, a França no epicentro do continente. A derrota do país de Voltaire enfraqueceu a liderança de Napoleão Bonaparte e o que disso resultou: a afirmação da Inglaterra como a nação líder da Europa. Voltarei ao assunto no momento em que concluir a leitura do romance. Aguardem.

Salatiel Soares Correia
é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas, Mestre em Ciências pela Unicamp. É aut