Maria da Natividade Glória Ribeiro
 vice-presidente da Associação de Professores de Língua Inglesa do Tocantins (Aplitins)

Mãe, a senhora vai entrar na política só mesmo pra zoar, não é?

Essa foi uma pergunta do meu filho Gustavo César, aos 13 anos, quando eu optei por concorrer uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, em 2014. E, imediatamente o respondi: não filho, vou entrar na política para eu ter a oportunidade de expor meus projetos e planos e quem sabe executá-los, pois somos todos responsáveis por zelar da nosso Estado, tão querido, e precisamos pensar em dias melhores. E ele, na íntegra disse-me: mas a senhora não tem dinheiro, mãe! Isso foi uma reflexão inteligente e que para o brasileiro, mesmo sem experiência, já é algo cultural.

Pois bem, volto a mencionar: em 2014, quando fui candidata a deputada estadual, consegui alguns votos de seletos amigos (345 votos), não atrelando a minha condição financeira, pois até mesmo amigos já diziam-me: poderia votar em você, mas meu amigo candidato "tal", já vai me conseguir um salão de beleza, umas telhas, tijolos e por isso não me comprometo com você, portanto, dentro dessa conjuntura, afirmo que, se o candidato é ousado o eleitor é muito mais, só vota recebendo benefícios em trocas, claro, maioria conscientes.

E vendo agora essa nova demanda das “coligações” - volta, não volta-, fico a pensar, para que serve isso? Sim, e para que serve essa tal coligação? Serve para ajudar eleger candidatos, que foi o meu caso, e que depois de eleitos, nem sequer te recebe no gabinete, mesmo sendo amigos, e também para contrariar eleitores que por sua vez, nem a mínima intimidade tem, com o candidato que recebeu seus votos, através deles. 

Outra coisa importante é a cota de mulheres: Existe? Sim, e para que serve? Não sei. Quando fui candidata foi na condição de completar a cota de mulheres, mas confesso que o faz de conta foi claro nessa causa. Muitos enganos e descasos foram dispensados a nós mulheres.  Tocamos a política de maio a outubro, sem o mínimo apoio financeiro e de nada, para não dizer que não “falei das flores”, quando estavam faltando 6 dias para a realização da Eleição, nós, mulheres notáveis daquela chapa proporcional, recebemos R$5.000,00 (cinco mil reais), enquanto quem já estava lá, os algarismos por muitas vezes foram somados, multiplicados e divididos com os que já faziam parte do plano eleitoreiro.

Mas seguimos assim mesmas, pois o sonho era expor minhas ideias e projetos, principalmente em minhas cidades, Porto Nacional e Palmas, sem deixar de falar das pessoas que criaram o Estado do Tocantins, de uma educação de qualidade e de ver o Tocantins com seu valoroso diferencial, por ser um Estado rico e promissor, e muitas outras intenções.

Mas...o que acontecia? Não tínhamos a oportunidade de falar. Eram nos cedidos 2 minutos no máximo, pois ali já tinham os controladores do tempo, isso para uns, enquanto quem disputava a reeleição e tinha um vasto poder aquisitivo, até choravam e liam a Bíblia em cima do palanque! Era emocionante!  Mesmo assim, tivemos a oportunidade de participar de um ato tão democrático, quanto as eleições! 

Quisera todos saberem que não há autoridade que não venha de Deus. As autoridades que existem foram por Ele estabelecidas (Romanos 13;1), mas acho que não por todos saberem, o Brasil está precisando de ajustes, no histórico de vários gestores ou de pretensos candidatos, que estão por aí sem rumo, que devem selar compromisso com a sociedade e que precisam ter boa conduta, para mais uma vez apresentar ao povo, com rumo e foco, e, que nossos filhos não percam jamais a esperança de dias melhores, e que possam ver bons exemplos e levar política a sério, pois essa é a principal sala da democracia.