Marihá Lopes
é psicóloga clínica, especialista em terapia cognitiva comportamental e psicologia social.
 
A rede de apoio consta com um emaranhado de pessoas que possuem vínculo de solidariedade e afetividade, tendo um papel de fortalecedor. Quando existe um sistema de apoio estruturado, a probabilidade de apresentar uma doença mental é menor e a chance de recuperação, se houver o desenvolvimento de um transtorno, é maior. A falta ou ruptura de apoio social aumenta a suscetibilidade a doenças.
 
Os laços sociais, denominados como rede de apoio, podem ser: família, amigos, relação de trabalho, de estudo, de inserção comunitária e de práticas sociais. Os laços familiares possuem um impacto significativo nos momentos de crise suicida.
 
Quem está sofrendo, muitas das vezes, não consegue externalizar o que está sentindo ou pensando. As emoções são tantas e com uma grandiosidade imensa que a pessoa não enxerga alternativas para seus problemas e dessa forma se depara apenas com uma solução: o suicídio.
 
A rede de apoio tem um papel importante para o suporte a essa pessoa. É fundamental a manutenção de comportamentos compassivos para com a pessoa; ter uma escuta sem julgamentos; se mostrar disponível para conversar através de uma escuta acolhedora; se mostrar disposto a caminhar junto à pessoa em seu tratamento; deixar claro o afeto na relação, todo e qualquer ato de cuidado é importante para o ser humano e colabora para que haja uma mudança na maneira como pensamos e em nossas atitudes.
 
A rede de apoio social tem um papel protetor dentro do comportamento suicida trazendo uma ajuda prática e conforto emocional. Tal atuação influencia na diminuição do risco suicida. Podemos entender que a rede de apoio é um fator protetivo à saúde, incluindo a temática do suicídio.