Maria Santana Ferreira dos Santos Milhomem
professora doutora do Curso de Direito e Pró-reitora de Extensão da UFT.
 
Ser mãe é padecer ou pra descer do paraíso?
 
Tornei-me mãe aos 42 anos de idade, em plena ascensão da carreira profissional. Achei que, após ter estabilidade financeira e profissional, era o momento de engravidar para deixar a semente ou de realizar o sonho “brasileiro”: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um/a filho ou filha. Mas o que eu não imaginava era que tinha vários desafios.
 
O primeiro deles é conciliar a maternidade com a profissão. Como ser trabalhadora e mãe, sabendo exercer cada papel no seu devido tempo?
E quem disse que existe a figura da “Supermãe”? Supra mãe? Esta, eu respondo: a mãe real sabe que, em algum momento, vai falhar, porque é um ser humano, indivíduo de carne e osso, com fortalezas, mas também com fraquezas.
 
O segundo desafio é ter forças para acompanhar a energia das crianças. O que fazer quando, depois de um dia de trabalho cansativo, a mãe chega à sua casa e seu/sua filho/filha diz: Mamãe, vamos brincar? Vamos correr? Conte uma estória para mim!
 
Outro desafio da maternidade após os 40 é não se sentir culpada ou frustrada quando não atender às expectativas suas e dos outros.
 
Bom, uma alternativa é não traçar o caminho apenas com flores. O caminho percorrido pela maternidade também tem pedras, espinhos, afetos, amor próprio e, por isso, tem que ter clareza do seu papel como mãe, ou seja, na relação da maternidade existe a paternidade também ou outras pessoas com quem se possa ter parceria na elaboração do pequeno ser humano. Aprenda a dividir os papeis e obrigações familiares!
 
Não estou dizendo que a maternidade após os 40 é ruim, estou afirmando que é preciso falar sobre ela com pé no chão, sem romantizar.
 
Como não amar, se emocionar e ser mãe coruja quando seu/sua filho/filho diz que você é a pessoa mais bonita e a quem mais ama?
 
Ah, respondendo a pergunta inicial, ser mãe é ser real.