Etiene Ribeiro de Almeida
Geriatra
E-mail: etieneandfamily@yahoo.com.br 
 
O Brasil está envelhecendo e esta é a principal causa do aumento no número de casos de pessoas com Demência de Alzheimer. Demência é um termo genérico que engloba doenças que interferem nas funções cerebrais e que atrapalham o dia a dia da pessoa. A Demência de Alzheimer é o principal tipo mais comum de demência no mundo.
 
A Demência de Alzheimer se manifesta pela ativação da predisposição genética, porém, apesar da doença ter relação com fatores genéticos, essa ativação pode ocorrer mais cedo ou mais tarde ou até mesmo não acontecer.
Mas o que nós podemos fazer para tentarmos evitar o aparecimento dessa doença ou postergá-la? 
 
A prevenção está baseada na atividade intelectual associada ao estilo de vida saudável. A saúde cerebral reflete a nossa saúde como um todo.
Quanto mais estimularmos nosso cérebro, mais conexões entre os neurônios iremos fazer. A escolaridade na primeira infância é fundamental para a construção dessas conexões. E durante a nossa vida, nós temos que estimular as diversas funções cognitvas – seja com quebra-cabeça, pintura/desenho, leitura, escrita, caça-palavras, palavra cruzada, jogos de tabuleiro, jogos de baralho, artesanato.
 
O sono é fundamental para que o cérebro descanse e organize as informações. Se o individuo não dormiu bem, no dia seguinte ele estará irritado, aéreo e pouco participativo.
 
A alimentação influencia tanto para prevenção quanto na velocidade da Doença de Alzheimer. Temos muitas fontes alimentares benéficas para o nosso cérebro, mas também devemos lembrar que alguns alimentos interferem negativamente na saúde cerebral e às vezes, nem nos damos conta disso. Não o nutrimos adequadamente e queremos que ele funcione maravilhosamente bem. 
 
Devemos evitar alimentos que são tóxicos tanto para o cérebro quanto para todo o nosso organismo: farinhas brancas, carboidratos, açúcar, excesso de sal, gorduras saturadas, frituras, refrigerantes, bebidas alcoólicas em excesso, embutidos – todos eles inflamam nosso corpo e competem na absorção com os bons nutrientes, além de muitos outros malefícios.
 
Agora, alimentos que ajudam na memória e também fazem muito bem para o nosso corpo e não são tão difíceis de acharmos e de introduzirmos na nossa rotina.
 
Probióticos – está cada vez mais evidente a importância dessas substâncias na melhora do eixo cérebro-intestino. Contém bactérias benéficas ao nosso organismo. Podem ser encontrados em iogurtes, kefir ou então, probióticos já prontos.
 
Folhas bem verdes – contém ácido fólico. Como alface, couve, espinafre, agrião, rúcula.
 
Castanhas – grande fonte de selênio, um mineral que ajuda na performance
dos neurônios
 
Peixes – principalmente os de águas profundas, como sardinha e salmão – fontes de ômega 3 – relacionada ao bom funcionamento cerebral
 
Frutas vermelhas, por conterem flavonóides, que são importantes antioxidantes. São exemplos: melancia, acerola, morango, açaí, jabuticaba, maçã, amora, uva vermelha/roxa. 
 
Cúrcuma, um poderoso anti-inflamatório natural
 
 A água é fundamental. Ainda mais com o nosso clima sempre tão quente, não podemos deixar de beber pelo menos 2 litros de água (água mesmo) todos os dias.
 
Exercício físico, seja ele qual for, melhora a nossa saúde como um todo.
Melhora a oxigenação cerebral, libera endorfinas, ajuda a controlar as taxas metabólicas, entre outros benefícios. Em estudos recentes, foi descoberto um hormônio, a Irisina, que é liberada durante a prática de exercícios e tem importante função na comunicação entre os neurônios e na proteção destes contra toxinas. 
 
Estresse, esgotamento, sentimentos negativos como raiva/tristeza/irritabilidade/ansiedade cigarro e bebida alcoólica em excesso são fatores agressores para os neurônios.
 
E você está fazendo a sua parte? Já que não conseguimos ainda mudar a nossa genética, que tal tentar melhorar o nosso estilo de vida?