O encorajamento que o governo Bolsonaro proporcionou aos desmatadores e grileiros na Amazônia, desde a campanha eleitoral, deu resultados. O Instituto IMAZON, divulgou dados do desmatamento relativo ao mês de janeiro de 2019. Houve um aumento de 54% em comparação com os dados de janeiro de 2018. Total de 108 km². Há indícios de crime organizado, não poupando terras indígenas e nem unidades de conservação.

Quando candidato, Bolsonaro afirmou que iria fundir o Ministério do Meio Ambiente e o da Agricultura, além de apregoar opinião desfavorável em relação às questões indígenas e aos quilombolas. A fusão não ocorreu. No entanto, a pasta ficou enfraquecida com a transferência do Serviço Florestal Brasileiro do Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura, criando conflitos de interesses entre as atribuições do Serviço Florestal Brasileiro e os interesses que o Ministério da Agricultura representa.

A Amazônia tem sido desprezada em detrimento de atividades predatórias. E recentemente o atual Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, demitiu 27 superintendentes regionais. Nos bastidores falam sobre militares da reserva e da ativa, sem qualificações para ocuparem estas funções. Um Ministro sem credenciais científicas, que não conhece a pasta e ainda é acusado de fraudar processo ambiental quando foi secretário estadual de São Paulo. Enquanto isso, o Presidente Bolsonaro exonera servidor do cargo de Chefe do Centro de Operações Aéreas da Diretoria de Proteção Ambiental, porque o multou por pesca ilegal em 2012.

Uma classe política que despreza o conhecimento. Não sabem que uma árvore de 10 metros de diâmetro pode produzir mais de 300 litros de água por dia, que jogado para a atmosfera como se fosse suor, é devolvida através dos rios voadores, fornecendo umidade e chuvas para as demais regiões do Brasil. Colaram nas provas de ciências.

Defender a Amazônia, não tem relação com debates ideológicos de direita ou de esquerda. As consequências afetam a todos, inclusive a própria agricultura no regime de chuvas. Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais, entre 2004 e 2012, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em mais de 80%, com acréscimos suportáveis até 2018. Até quando a Amazônia vai ser vista apenas como geração de riquezas por grupos que não querem arcar com o ônus ambiental e social?