Mais de cinco mil usuários da Unimed Palmas, cobertos pelos convênios da operadora do Plano de Saúde e as Associações de servidores do Estado (Assecad) e do Município (Assemp) tiveram que optar entre ficar sem plano privado de saúde, ou migrar para modalidade diferente da opção inicial. 
É que a Unimed recentemente tomou a decisão de rescindir contratos antigos com entidades e empresas que tinham cobertura integral e passou a disponibilizar apenas planos na modalidade coparticipação. A alegação da entidade, segundo sua assessoria de imprensa, é incentivar o uso racional de consultas e procedimentos. 
O mesmo também vale para novas adesões à Unimed Palmas por pessoas físicas, que antes poderiam ser realizadas em qualquer modalidade. Contudo, os clientes antigos não serão obrigados a migrar para a coparticipação, conforme normatização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O presidente da Assecad, Cleiton Pinheiro diz que desde março deste ano a Unimed vem tentando fazer a alteração e que todo o esforço foi empregado para manter os planos no formato que vinham sendo praticados até então. Porém, em meados de julho, a Unimed teria informado que a operadora não teria interesse de manter os contratos no moldes vigentes e que ou os usuários migrariam para a nova proposta, ou seriam excluídos em dezembro deste ano. 
O prazo para migrar dado aos associados da Assecad é até o próximo dia 20 de outubro. Porém, segundo o presidente, as adesões já começaram a ser solicitadas. “Estamos com um servidor da Unimed na sede da Assecad e outro na própria sede da operadora para atender os associados”.
A mudança imposta pela Unimed prevê que todos os planos serão no modelo coparticipativo, ou seja, o usuário além de pagar a mensalidade, deve custear 50% da consulta - de acordo com a tabela da Unimed - e 25% dos valores pagos nos exames. No caso de internação ou cirurgia, o valor máximo cobrado é de R$ 200. 
A coparticipação será ainda mais sentida por famílias que sejam compostas por pelo menos dois adultos, que tenham filhos crianças e idosos e demandem consultas além da rotina. Entretanto, a Assecad diz que pela proposta, a Unimed só cobraria a coparticipação nos custos das consultas e que exames, procedimentos e internações seriam cobertos integralmente. 
Pinheiro explica que a Assecad também buscou outros planos como alternativa, mas que os preços praticados estão acima dos oferecidos pela operadora atual. “Uma das operadoras que procuramos na mesma modalidade de coparticipação para a faixa etária a partir de 50 anos fica mais que o dobro do mesmo plano oferecido pela Unimed. Mesmo assim, ainda estamos buscando uma saída para este impasse. Até o final deste prazo de sete meses conseguiremos condições mais acessíveis a nossos associados”, afirmou.
A mesma decisão foi apresentada à Assemp e para migrar o plano, os servidores ainda tiveram que desembolsar o valor de R$ 47,00. No entanto a Assemp explica que desde o início das negociações buscou outras soluções para o impasse. 
Do total de associados da Assemp, 1.970 são titulares do plano de saúde Unimed, além de 2.132 dependentes e oito agregados – pessoas que mesmo deixando de serem servidores conquistaram na Justiça o direito de manter o plano. No total, o Plano Unimed-Assemp assiste 4.110 pessoas. 
A Assemp informou que foi procurada por 1.400 usuários, dos quais 708 migraram para a nova modalidade. O atendimento em horário comercial continua na sede da entidade.

 

 

Mudança pesa no orçamento

A nova modalidade determinada pela Unimed Palmas para os planos de saúde corporativos fez com que muitos usuários pedissem exclusão de seus contratos, como é o caso da servidora pública do município Eliene Coelho. “Com essas alterações ficou inviável manter o Plano de Saúde. Os novos valores, incluindo coparticipação, comprometem nosso orçamento familiar. Além de mim, tenho como dependentes, uma filha criança e minha mãe, com 77 anos. A mordida no orçamento é bem expressiva.”, avaliou Eliene. <TB>
Já Laura dos Anjos, servidora municipal, disse que permanece com o plano, só que agora com menos opções no valor que foi imposto. “Antes tinha um plano de saúde nacional e sem coparticipação, agora aderi a um plano regional e a cada consulta terei que pagar 42,00. Estou pagando mais por um serviço pior. Vou permanecer, mas procurando uma alternativa mais viável”, informou.

ANS

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) explicou que segundo a legislação, as operadoras de planos de saúde podem definir os tipos de produtos comercializados e suas características, não podendo haver restrição de acesso aos produtos disponíveis para contratação. Porém, com a eventual suspensão do plano, os beneficiários continuam a ser assistidos até o fim do prazo de rescisão.
A ANS esclarece que a coparticipação é um instrumento de regulação e pode ser utilizado pelas operadoras, em planos individuais, familiares e coletivos, desde que esteja prevista em contrato, sendo permitida a cobrança de valores fixos ou em percentuais. Atualmente, segundo a ANS, 50% dos beneficiários têm planos com coparticipação ou franquia. Ainda conforme a Agência, nos casos de internação hospitalar, a cobrança de coparticipação só poderá ser estabelecida em valores fixos sobre o evento como um todo. A Agência diz ainda que está discutindo uma nova regulamentação sobre a coparticipação e franquia, visando regras mais claras, transparência e segurança jurídica. ([AGENCIA]Georgethe Pinheiro[/AGENCIA])