O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo da Costa Villas Bôas, informou nesta quarta-feira (24), que o presidente Michel Temer (PMDB) pediu o emprego das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde houve ataques e incêndios provocados por manifestantes.

“O senhor presidente Michel Temer decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara, a ação de garantia da lei e da ordem e, nesse instante, tropas federais se encontram neste palácioi [do Planalto] no Palácio do Itamaraty e logo mais estarão chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann durante pronunciamento.

No decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União,  o presidente Michel Temer autoriza o emprego das Forças Armadas "para a garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal".  O decreto, define que a área de atuação para o emprego das Forças Armadas será definida pelo Ministério da Defesa de hoje até o dia 31 de maio.

Desde o início da tarde, manifestantes protestam na Esplanada contra as reformas, pedem a saída de Temer e eleições diretas no país. A manifestação, chamada Ocupa Brasília, foi convocada por centrais sindicais. 

Ainda de acordo com Jungmann, a manifestação desta tarde estava prevista, mas acabou tomando outros rumos. “Degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas", disse.

O ministro ainda afirmou Temer afirmou que “é inaceitável a baderna, o descontrole. Ele não vai aceitar atos de baderna”, afirmou. 

Parte dos manifestantes tentou furar o bloqueio feito pela Polícia Militar para isolar o gramado em frente ao Congresso Nacional. Com isso, os policiais atiraram bombas de efeito moral para dispersar. Teve início um tumulto e um grupo de manifestantes, usando máscaras ou cobrindo o rosto, começou a quebrar vidraças dos ministérios, orelhões, paradas de ônibus e banheiros químicos. 

Alguns ministérios, como o da Fazenda, foram evacuados e os funcionários tiveram de deixar o prédio.

Durante palestra na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, Villas Bôas disse que o Exército pode ser empregado nessas questões, mas nunca desrespeitando os limites constitucionais.

O comandante afirmou ainda que as Forças Armadas devem respeitar as instituições e que elas são importantes para o País sair "desse imbróglio que nós estamos metidos".