Mais três pessoas foram presas pela Polícia Federal na Operação Ápia, totalizando 15 mandados de prisão temporária cumpridos, sendo que seis ainda estão em aberto e essas pessoas são consideradas foragidas. O último a se apresentar foi o ex-presidente da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans), Alvicto Ozores Nogueira, conhecido como Kaká Nogueira, cunhado do ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que também está preso. Depois de mais de dez horas de depoimento, Kaká foi encaminhado para a Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas.

O advogado de Kaká, Alex Neder, contou que o ex-gestor se apresentou ainda na quinta-feira na Polícia Federal de Goiânia, porém foi orientado a vir para Palmas. Neder relatou que Kaká chegou pela manhã na Polícia Federal em Palmas e depôs, respondendo as perguntas sobre os contratos alvos das investigações. Neder defendeu que seu cliente não praticou nenhum ato ilícito e que sua prisão temporária é desnecessária. Kaká ainda terá uma audiência de custódia.

O superintendente regional da Polícia Federal no Tocantins, Arcelino Vieira Damasceno, explicou que a fase atual da operação é mais interna: analisar os documentos apreendidos e os depoimentos recolhidos. Em relação aos presos, ele explicou que pode ser solicitada a prorrogação da prisão temporária. Ele disse que os 46 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e a maioria dos mandados de condução coercitiva também, em relação aos de prisão temporária em aberto, a Polícia Federal continua procurando esses investigados.

A Operação Ápia foi deflagrada na quinta-feira e investiga indícios de que um grupo, envolvendo agentes políticos, servidores públicos e empreiteiras, fraudou licitações e contratos em 29 obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica em rodovias estaduais. Um dos ouvidos, foi o ex-governador Siqueira Campos (sem partido), na manhã da quinta-feira, pois as licitações das obras e contratações das sete empresas (Epeng, CRT Construtora, MVL Construções, Construtora Barra Grande, CCM, CSN Engenharia e EHL) ocorreram ainda na sua gestão, em 2013 e início de 2014.

Audiências

Catorze presos passaram por audiência de custódia ontem, na 4ª Vara Criminal Federal, inclusive Sandoval, e nenhuma prisão foi revogada. Nas audiências, não foram discutidos o mérito da prisão, mas se os procedimentos para a prisão temporária foram adotados de forma correta. Dois dos presos que se apresentaram nas audiências passaram mal. O fiscal de contrato Pedro Olímpio chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Wilmar Oliveira Bastos, proprietário da construtora EHL, precisou ser levado ao médico. A Justiça Federal não se pronunciou oficialmente sobre os dois casos, mas os dois continuam presos.