O Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) acumula mais um possível prejuízo. O fundo Eco Hedge, que detinha uma participação de 77,15% do Igeprev, que representava um patrimônio de R$ 160 milhões para receber, conforme dados de 2016, está em situação de falência. O ex-presidente do órgão Jacques Silva, que respondia até o início da semana pelo Igeprev, explicou que o fundo foi liquidado e dificilmente haverá uma forma de recuperar os recursos aplicados. Essa aplicação no Eco Hedge estava desenquadrada, pois a participação do Igeprev no fundo ultrapassava 25% dos ativos, o que é proibido.

Conforme o último Demonstrativo das Aplicações e Investimentos dos Recursos, apresentados pelo Igeprev no dia 31 de janeiro deste ano, o Eco Hedge fechou com saldo negativo. A razão: deterioração de pagamento das cédulas de crédito imobiliário emitida pela Domus Companhia Hipotecaria - cujo devedor é a SPE Porto Maravilha Offices S.A.

A Brasil Plural Gestão, gestora do fundo, informou a perda integral do ativo, alcançando 100% do seu valor, resultando em um impacto negativo acumulado de 101,25% sobre o patrimônio do fundo. “A gestora do fundo informou que ingressaria na Justiça para tentar reaver o mínimo dos valores aplicados aos investidores, mas isso é bastante difícil”, avaliou Silva.

Detalhamento

Na Central de Sistemas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) consta que o patrimônio líquido do fundo é um saldo negativo de R$ 810.310,64 - dado do último dia 12 - com prejuízos acumulados de R$ 130,3 milhões. O fundo conta com a participação de cinco Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). O fundo Eco Hedge foi criado em julho de 2012 e iniciou suas atividades em agosto daquele ano.

Consta na sindicância, feita pelo Igeprev em 2015, que as aplicações foram feitas no fundo em agosto de 2012, mesmo mês do início do funcionamento do Eco Hedge, no total de R$ 100 milhões, se tornando o maior acionista com participação de 81,65%. O documento ainda detalha que o investimento foi realizado sem qualquer tipo de estudo e não respeitou as orientações traçadas na política de investimento, sem análise prévia de riscos e viabilidade.

Os responsáveis pelas aplicações no Eco Hedge, conforme sindicância, foram o então presidente do Igeprev Lúcio Mascarenhas e o então diretor de Investimento Edson Santana Matos.