O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o arquivamento de menções feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, delator na investigação, em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Os crimes teriam ocorrido entre os anos de 1998 e 2000.

Fachin afirmou que o prazo das acusações já prescreveu.

"Considerando que os fatos supostamente teriam ocorrido entre os anos de 1998 e 2000, encontra-se fulminada pela prescrição a pretensão punitiva estatal. Posto isso, determino o arquivamento destes autos", escreveu o ministro em sua decisão.

Ele atendeu a pedido de arquivamento feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

DELAÇÃO

Sérgio Machado disse em delação que participou de esquema para formar um fundo de arrecadação montado por ele, Aécio e Teotônio Vilela Filho, ex-presidente nacional do PSDB, para ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem, o que viabilizaria o apoio à eleição de Aécio ao comando da Câmara dos Deputados em 2001.

O esquema teria arrecadado cerca de R$ 7 milhões, sendo que R$ 4 milhões viriam da campanha nacional de Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998.
Aécio era deputado federal e teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro.

Parte desses recursos era proveniente do exterior e os valores foram entregues em várias parcelas em espécie, disse o delator.