Deflagrada em outubro de 2016, a operação tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que teria fraudado contratos da ordem de R$ 1,2 bilhão em licitações, celebrados para terraplanagem e pavimentação asfáltica em rodovias estaduais, entre 2013 e 2014.  Quando foi deflagrada, o ex-governador Sandoval Cardoso chegou a ser preso.

Fases 

A primeira fase da Ápia foi deflagrada no dia 13 de outubro passado pela força tarefa que investiga suposto esquema de corrupção montado por políticos, servidores públicos e empreiteiros. Entre os políticos envolvidos o ex-governador Siqueira Campos (sem partido), que na ocasião teve mandado de condução coercitiva, e o também ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que teve mandados de prisão (temporária e preventiva) expedidos e ficou preso por 16 dias na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP).

O ex-presidente da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans) Alvicto Ozores Nogueira, conhecido com Kaká Nogueira, também teve mandado de prisão e ficou 40 dias na CPPP. Na ocasião, os ex-secretários estaduais Flávio Rios Peixoto da Silveira e Joaquim Carlos Parente Júnior e o ex-deputado federal Eduardo Gomes (SD) também tiveram mandados de condução coercitiva expedidos pela Justiça. O ex-deputado federal foi ouvido em Brasília e na época, disse que foi questionado sobre doação de recursos das empresas investigadas para a sua campanha ao Senado em 2014.

O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) e o então secretário estadual de Infraestrutura, Sérgio Leão, também são investigados na operação, mas antes mesmo de ser deflagrada, por terem foro privilegiado, (um deputado e outro secretário) a investigação foi desmembrada e remetida para o Tribunal Regional Federal.

Já a segunda fase da Ápia foi deflagrada no dia 28 de outubro do ano passado, quando foram presas temporariamente quatro pessoas: o administrador da Construtora Rio Tocantins (CRT), Cid Hoffman; o sócio minoritário da CRT Jairo Arantes; a colaboradora da CRT Luciene da Silva Oliveira e Janaína Aires Guimarães, filha de Rossine Aires Guimarães, sócio majoritário da CRT. Ele cumpriu prisão domiciliar na 1ª fase. Arantes e Luciene já haviam sido presos na 1ª fase da operação.

A terceira fase da Ápia, cujo objetivo seria investigar supostos pagamentos de propinas, foi deflagrada no dia 7 de fevereiro passado. Na ocasião, foram expedidos quatro mandados de prisão temporária, 13 de condução coercitiva e mais 24 de busca e apreensão.


Nesta fase foram presos temporariamente Alexandre Ubaldo (ex-secretário de Infraestrutura na gestão de Siqueira Campos); Renan Bezerra de Melo Pereira (ex-superintendente de Obras e filho do procurador-geral de Justiça, Clenan Renaut de Melo); Elon Marcello Lima Vieira (empresário) e José Maria Batista Araújo ( Jota).

Jota é irmão de Geraldo Magela Batista de Araújo, que foi preso ainda na primeira fase da operação. Os dois são proprietários da empresa Barra Grande, investigada na Ápia.

No pedido de prisão de Jota, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que o empresário seria um dos operadores da propina, e atuava como coletor junto aos empresários para o presidente da Agetrans na época (Kaká Nogueira). O MPF ainda aponta que Jota teria fortes ligações com o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM).

Já na 4 fase, o deputado Estadual Eduardo Siqueira Campos prestou depoimento novamente. Também Esteve na sede da PF o empresário Wilmar Oliveira de Bastos, dono da empresa EHL. A operação também foi até o escritório de advocacia de Renan Bezerra de Melo Pereira, ex-superintendente de obras e filho do procurador geral do Ministério Público Estadual, Clenan Renaut de Melo, para cumprir um mandado de busca e apreensão. A informação é que outros mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva foram expedidos, mas a PF não confirmou a quantidade de mandados.