O empresário Douglas Marcelo Alencar Schmitt registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o governador Marcelo Miranda (PMDB), seu pai, José Edimar Brito Miranda, e seu irmão, José Edmar Brito Miranda Júnior (conhecido como Júnior Miranda), no último sábado, 29. Ele relatou à Polícia Civil, em Porto Nacional, que teria sido ameaçado por uma pessoa que se identificou como sargento Almeida, lotado no Palácio Araguaia. Alencar contou que na semana anterior teria sido avisado que o governador, seu pai e irmão iriam mandar fazer um “rastro de onça” para ele. Alencar detalhou no BO  que seria passar um susto nele. No B.O. que tivemos acesso, Alencar não explicou o motivo que o governador e membros de sua família teria para ameaçá-lo. 

Alencar foi preso no dia 18 de setembro de 2014, junto com mais três pessoas, no aeroporto de Piracanjuba (GO) com R$ 504 mil em espécie e cerca de cinco quilos de santinhos (impressos) do governador Marcelo Miranda e do deputado federal Carlos Henrique Gaguim (Pode), na época candidatos aos cargos que ocupam hoje.

A Polícia Civil de Goiás e a Procuradoria Regional Eleitoral concluíram que o dinheiro tinha como destino a campanha de Marcelo Miranda. Na época, a polícia descobriu que Alencar estava movimentando R$ 1,5 milhão, e que além de R$ 504 mil, R$ 680 mil teriam sido transferidos para duas empresas em Palmas ligadas a ele e o restante para a conta de sua namorada Laís.
Oficialmente Alencar declarou à polícia que o dinheiro tinha origem em um empréstimo que fez em Brasília (DF) para pagar dívidas de suas empresas e que não poderia movimentar os valores pela sua conta, pois estavam vinculadas às dívidas.Dias depois da prisão, a polícia de Goiás encontrou filmagens do circuito interno do Hotel Athenas, em Goiânia, que mostra o irmão do governador, Júnior Miranda, conversando com Douglas Alencar e pagando a fatura de sua hospedagem, no valor de R$ 931,25. O encontro teria ocorrido poucos dias antes da prisão de Alencar.
A Polícia Civil confirmou que o BO foi feito e disse que o caso foi encaminhado ontem para a 2ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Nacional para que as providências sejam adotadas.
Procurada, a Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) informou que não comentaria o assunto. O Jornal do Tocantins também contato com Douglas Alencar, mas não obteve sucesso.