O presidente Michel Temer já havia sinalizado que poderia indicar Alexandre de Moraes para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, antes mesmo da morte do ministro Teori Zavascki, em janeiro.

Em maio, quando o peemedebista o convidou para assumir o Ministério da Justiça, o tucano lembrou de sua pretensão de um dia chegar à Suprema Corte.

Segundo a reportagem apurou, o peemedebista sinalizou que, pela produção jurídica do tucano, poderia indicá-lo caso fosse aberta uma vaga na Suprema Corte.

Na época, contudo, o peemedebista não acreditava que haveria essa possibilidade, uma vez que não tinha previsão de aposentadoria de nenhum dos ministros da Suprema Corte até janeiro de 2019, quando acaba seu mandato.

Segundo relatos de aliados e amigos, o tucano sempre desejou e trabalhou nos bastidores para ingressar no STF.

Moraes foi membro do primeiro colegiado do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2005. Ele é bem-sucedido no mercado editorial -jovens estudantes e advogados experientes consultam seus manuais de direito constitucional. Um deles está na 32ª edição.

A relação entre Temer e Moraes sempre foi próxima. Em 2012, foi o próprio peemedebista quem o convidou para se filiar ao PMDB, partido no qual militou até 2015, quando ingressou no PSDB.

No último final de semana, o presidente chegou a cogitar indicar nomes técnicos para a vaga na Suprema Corte, como o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra Filho, e o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Mauro Campbell, mas acabou recuando.

O peemedebista temia enfrentar um desgaste com o Congresso Nacional caso o nome indicado por ele não fosse aprovado em sabatina do CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), em uma espécie de retaliação do PSDB e do PMDB.

Para garantir a aprovação ao seu nome ainda em fevereiro, Temer se reuniu na segunda-feira (6) com o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e com o líder do governo no Congresso Nacional, Romero Jucá (PMDB-RR).

A expectativa do Palácio do Planalto é de que o nome seja aprovado na penúltima semana do mês, respeitando o prazo regimental de quinze dias entre a indicação e a sabatina, tempo que costuma ser utilizado pelo escolhido para fazer campanha entre os integrantes da comissão parlamentar.