Em audiência com o juiz Sergio Moro nesta terça (7), o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) leu uma carta ao juiz Sergio Moro em que disse ter um aneurisma e reclamou da falta de tratamento na prisão onde está detido.

Réu na Operação Lava Jato, Cunha escreveu a carta de próprio punho, em sua cela no Complexo Médico Penal, em Pinhais, onde está detido há quase quatro meses.

A declaração de Cunha ocorre menos de uma semana após a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, que era ré na Lava Jato e sofreu um acidente vascular cerebral em janeiro.

Esta foi a primeira vez em que o ex-deputado falou a Moro, durante audiência de interrogatório, que durou cerca de três horas.

Ele também carregava um calhamaço de documentos, na chegada ao prédio da Justiça Federal.

O político tem acompanhado pessoalmente todas as audiências do processo -o que não é comum a outros réus presos na Lava Jato. Em ocasiões anteriores, sentou ao lado do seu advogado, fez anotações e cochichou instruções e comentários aos defensores, durante os depoimentos de testemunhas.

O ex-deputado é réu sob acusação de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. Ele é suspeito de interceder em favor da empresa vencedora do negócio.

O peemedebista nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e foram abastecidas com recursos lícitos.