Acusado de ter mentido na CPI da Petrobras, onde negou ter contas fora do país, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta quinta (19) que as contas na Suíça atribuídas a ele fazem parte de um trust e que não estão em seu nome. Segundo sua argumentação, portanto, ele teria falado a verdade quando disse que não tinha contas no exterior.

Cunha depõe na manhã desta quinta (19) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que analisa seu processo de cassação. O deputado foi afastado de seu mandato pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A ida ao Conselho nesta quinta marca a volta de Cunha ao Congresso pela primeira vez desde que foi afastado pelo STF no último dia 5. A sessão deverá também marcar o encerramento da instrução do processo.

O relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), apresentará seu parecer, que deve ser pela cassação e inclui a acusação de recebimento de propina desviada da estatal, até o final do mês.

Cunha também disse que pedirá a impugnação de Marcos Rogério (DEM-RO). Segundo o deputado afastado, Rogério não pode ocupar o cargo porque se filiou ao DEM, que fez parte do bloco de partidos que elegeu o peemedebista à presidência da Câmara. Essa foi a razão alegada para tirar o antigo relator, Fausto Pinato (PP-SP), do cargo. Quando assumiu a relatoria, Rogério era filiado ao PDT.

A expectativa do conselho é a de que o caso de Cunha seja votado no plenário da Câmara em meados de junho, mas o peemedebista vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, o que pode alterar esse cronograma.