A CPI do BNDES aprovou nesta quinta-feira (5) requisição de documentos de empréstimo do banco à empresa do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, mas não votou a convocação dele para prestar depoimento.

Os integrantes também rejeitaram a convocação do ex-ministro Antônio Palocci, que tinha objetivo de obter informações sobre atividades de consultoria dele relacionadas a empréstimos do BNDES.

Aliados do governo manobraram para não ocorrer a votação dos requerimentos de convocação de Bumlai, que estavam no fim da pauta, e por isso acabou não havendo tempo hábil para a votação, porque o plenário da Câmara deu início à ordem do dia.

Reportagem da Folha de S.Paulo do último dia 1º revelou que o BNDES contornou uma norma interna que o proíbe de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha sido requerida na Justiça e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões a Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que se tornou um dos alvos da Operação Lava Jato.

A sessão teve bate-boca entre governo e oposição, que apontou blindagem aos aliados de Lula. "O governo resolveu hoje enterrar a CPI do BNDES, eles não querem investigar. Não só Palocci como também os membros do Tribunal de Contas, que é órgão auxiliar desta Casa, foram impedidos de vir aqui prestar esclarecimentos", afirmou o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE).

"Todos os depoimentos prestados sobre o tema BNDES demonstraram que não houve irregularidades no BNDES. A oposição busca trazer fatos paralelos", afirmou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que disse que trazer Palocci era fazer "luta política".