“Sei que a situação financeira do Estado não é das melhores”, avaliou o governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS). Realmente o novo gestor recebe o Executivo com uma série de problemas, um deles são os atrasos nos repasses das contribuições ao Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) - patronal e dos servidores - que ultrapassam R$ 300 milhões. O problema é que o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) vence dia 12 de maio deste ano e com atrasos não haverá renovação do documento.

Sem o CRP, o governo fica impedido de receber transferências voluntárias - entre elas emendas parlamentares - e firmar convênios com a União e receber aval para operações de créditos com bancos públicos ou empréstimo internacional.

Outro problema do governo estadual são os atrasos nos pagamentos do empréstimos consignados. Esses débitos têm origem em empréstimos feitos pelos servidores públicos, que têm os valores das parcelas retidos pelo Executivo nos salários.

Porém, esse mesmo Executivo não tem feito os repasses aos bancos. Hoje, conforme informado por dois bancos ao Ministério Público Estadual (MPE) - BMG e Pan - a dívida do governo ultrapassa R$ 60 milhões. Em junho de 2016, a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) informou ao MPE que a dívida total era de R$ 31,5 milhões.

Carlesse também assume um governo com uma Dívida Consolidada de R$ 3,398 bilhões, que corresponde a 47,21% da Receita Corrente Líquida (RCL) - R$ 7,198 bilhões. Os dados são do Relatório de Gestão Fiscal, 3º quadrimestre de 2017. Esse mesmo relatório mostra que o Executivo gastou R$ 3,958 bilhões com folha de pagamento no ano passado, que corresponde a 54,99% da RCL, muito acima do limite máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49%.

O governo também declarou em restos a pagar, ou seja, dívidas de 2017 que ficaram para serem quitadas em 2018, R$ 270,6 milhões.