Com receio de protestos contra o presidente Michel Temer, o governo federal reforçará o aparato de segurança e modificará procedimentos de identificação no Palácio do Planalto.

As mudanças têm como objetivo evitar o trânsito de servidores das administrações petistas e a entrada de eventuais manifestantes em eventos presidenciais.

Além de aumentar a quantidade de seguranças nas entradas da sede administrativa do governo federal, a Presidência da República pretende restringir o acesso à garagem coberta, por onde circulam ministros e parlamentares, e tem testado a utilização de detector manual de metais.

O governo federal também deve alterar os broches de identificação de servidores da Presidência da República. Segundo a reportagem apurou, a maioria dos funcionários públicos do governo Dilma Rousseff não devolveu os distintivos, o que permite a entrada ainda hoje no Palácio do Planalto.

Em conversas reservadas, o presidente tem demonstrado preocupação com o clima de animosidade no país, sobretudo contra o governo federal.

Nas palavras de um assessor presidencial, os protestos vinham perdendo força desde o desfecho do processo de impeachment, mas voltaram a ganhar fôlego com o movimento de ocupação no país de escolas e universidades.

A iniciativa que inicialmente tinha como objetivo protestar contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal, ganhou a adesão de sindicatos, grupos de oposição e partidos políticos.

Na semana passada, o presidente ironizou uma manifestação realizada em frente ao Palácio do Planalto contra a flexibilização de direitos trabalhistas.

Em discurso a uma plateia de empresários e comerciantes, o peemedebista afirmou que aqueles que protestavam com vuvuzelas "aplaudem este grande momento do governo federal" e sugeriu que fossem oferecidos empregos aos manifestantes que estivessem desempregados.