O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou ontem processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) atendendo a uma representação do PT, PCdoB, PSOL e PSB. Na semana passada, o deputado disse em plenário que não estupraria a deputada e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário (PT-RS), porque ela “não merecia”.

Bolsonaro veio pessoalmente fazer sua defesa prévia e apresentou um vídeo de 2003 onde ele aparece discutindo com a deputada. O parlamentar alegou que na época foi chamado por Maria do Rosário de estuprador e que o caso foi arquivado. “Ela costuma agredir e fugir. Eu dei o troco nela”, rebateu. No documento entregue aos membros do Conselho, Bolsonaro disse que suas declarações foram distorcidas e que não houve ameaça de estupro ou quebra de decoro parlamentar.

Aos membros do Conselho, o deputado disse esperar que o processo seja arquivado, como já aconteceu em outras ocasiões. O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), afirmou que a instauração do processo é uma medida simbólica do colegiado. “É uma resposta à sociedade e ao regimento da Casa. Cumprimos o prazo, abrimos o processo, só não sabemos se ele vai continuar ou não”, disse.