Indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes esteve na manhã desta quarta-feira (8) com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), em uma visita que avaliou como "protocolar".

"A partir da indicação oficial, vim apresentar minhas credenciais, meu currículo ao presidente do Senado, senador Eunício. A partir de agora eu vou visitar os 81 senadores, não só os senadores da Comissão de Constituição e Justiça, mas todos, porque é constitucionalmente a função do Senado analisar o meu currículo, a minha experiência para votar a minha eventual aprovação", disse ao deixar o gabinete da presidência do Senado.

Após se reunir com Eunício, Moraes esteve com o líder do PMDB, o ex-presidente da Casa Renan Calheiros (AL), que está à frente das negociações para escolha do novo presidente da CCJ.

Também esta manhã, Eunício reafirmou sua vontade de que a sabatina de Moraes pela CCJ do Senado ocorra até o dia 22.

Ocorre que o colegiado sequer está formado. O presidente da Casa disse, contudo, que pretende instalá-lo ainda nesta quarta.

Com as datas apertadas devido ao Carnaval, a sabatina e posterior votação da indicação de Alexandre de Moraes à vaga de Teori Zavascki ao STF deve ocorrer somente no início de março.

CCJ

Um impasse no PMDB tem impossibilitado uma maior celeridade na instalação da CCJ. Com a maior bancada do Senado, cabe ao partido a indicação do presidente da comissão. Dois nomes, contudo, continuam impassíveis na disputa pela cadeira: Raimundo Lira (PB) e Edson Lobão (MA).

Lira tem sido defendido nos bastidores pelo próprio presidente do Senado. Argumenta que, desde outubro, vinha fazendo campanha para a liderança do PMDB com o aval de Renan Calheiros (PMDB-AL), que na última hora mudou de ideia e assumiu o cargo, o que lhe prejudicou na "campanha" pelo comando da CCJ.

Já Lobão, do grupo do ex-presidente do Senado José Sarney (AP), é defendido pelo próprio e também por Renan. Contudo, é citado na Lava Jato, o que tem pesado internamente contra si.

Os peemedebistas voltam a se reunir nesta quarta, 14h, para tentar bater o martelo sobre quem irá comandar o colegiado, considerado o mais importante da Casa.

Líder do PMDB no próximo biênio, Renan Calheiros disse essa manhã que, "não havendo um entendimento, os senadores serão chamados a decidir pela manifestação das suas vontades", ou seja, pelo voto na legenda. Não cogita deixar que ambos sigam na disputa e a CCJ eleja um presidente. É comum na Casa que, embora haja uma eleição, ela seja somente um procedimento para formalizar o processo.

Afirmou ainda que, logo em seguida, por volta das 15h, indicará à Mesa Diretora o nome dos indicados da sigla.